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Espanha limita emprego para estrangeiro
Governo diminui em um terço lista de profissões que admitem imigrantes; maioria delas oferece baixa remuneração
Empregada doméstica, pedreiro, encanador e carpinteiro, que costumam atrair brasileiros, estão entre as atividades vetadas
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A MADRI
A partir de agora, fica mais
difícil encontrar emprego para
o brasileiro que quer trabalhar
legalmente na Espanha: o governo espanhol reduziu em um
terço a lista de profissões para
as quais é permitida a contratação de pessoal no exterior.
Caem da relação, entre muitas outras, as de empregadas
domésticas, pedreiros, encanadores e carpinteiros, justamente as atividades que atraíam a
maior parcela dos brasileiros,
conforme pesquisa feita por
Duval Fernandes, demógrafo e
professor do programa de pós-graduação em geografia da
PUC de Minas Gerais.
Diz o trabalho de Fernandes:
"O trabalho em Madri é, para os
homens, na maioria dos casos,
na construção civil, onde recebem um salário médio de
1.100 (ou R$ 3.500). No caso
das mulheres, o trabalho é de
doméstica interna (quando
dorme no emprego) ou diarista. Neste caso, o salário médio é
de 900 (o equivalente a
R$ 2.865)".
A lista do governo espanhol
chama-se oficialmente "catálogo de ocupações de difícil
preenchimento". Na prática,
quer dizer que são trabalhos
que os espanhóis já não querem exercer, por serem pesados e de remuneração baixa.
Por isso, 454.717 imigrantes
chegaram à Espanha com contrato de trabalho já assinado,
no período entre janeiro de
2005 e 31 de julho passado,
quando foram divulgados os últimos dados oficiais. Só nos primeiros oito meses de 2008, as
contratações no exterior foram
de 88 mil pessoas.
O corte atinge outras profissões braçais, como a de peão
para a agricultura ou a de lixeiro. Mas sobreviveram na lista
ocupações de nível médio, como a de enfermeiro e a de fisioterapeuta. No nível superior,
continua permitida a profissão
de médico.
Para os brasileiros, a brecha
é importante porque, sempre
segundo a pesquisa de Duval
Fernandes, a maioria dos que
migraram para a Espanha tem
ensino médio completo.
Mais da metade (exatamente
58%) trabalhava, no Brasil,
com carteira assinada, mas, na
Espanha, a grande maioria acaba sendo forçada a aceitar a informalidade no emprego.
NA INTERNET - A relação completa
http:// www2.inem.es/catalogoOcupaciones/web/asp/catOcupaciones.asp
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