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ÍTALO BIANCHI (1924-2008)
Um dedo italiano na publicidade do NE
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos últimos 30 anos, fruto
de uma jogada de marketing,
o Banco do Nordeste buscou
fortalecer sua imagem de fomentador do desenvolvimento regional recorrendo à
idéia do "conterrâneo".
O slogan, porém, saiu da
cabeça de um estrangeiro.
Italiano de Milão, o publicitário Ítalo Bianchi chegou a
São Paulo em 1949 com um
grupo de compatriotas que
vieram trabalhar na recém-fundada Companhia Cinematográfica Vera Cruz.
Naquela época, era cenógrafo. "O cinema brasileiro
teve um empurrão fundamental dos italianos", lembra Giuliano, filho de Ítalo.
"Era o pós-guerra, a Europa estava arrasada. Meu pai
viu no Brasil novas perspectivas." Em 1950, trouxe toda
a família da Itália.
Por um tempo, trabalhou
em Buenos Aires, onde criou
capas de discos e livros, mas
logo voltou a São Paulo. Como diretor de arte, foi o responsável pelo projeto gráfico
de um suplemento literário
em "O Estado de S. Paulo".
Mudou-se para Recife em
1968. Em 1971, já tinha sua
própria agência de publicidade, que, anos mais tarde, acabou vendendo aos sócios.
"Foi um divisor de águas
na publicidade local", conta o
filho. "Os clientes não sabiam como divulgar as marcas. O papel do consultor, foi
ele quem trouxe."
Fumava quatro maços de
cigarro por dia. Morreu no
domingo, em Recife, aos 84,
com um câncer no pulmão.
Deixou cinco filhos, 11 netos
e bisnetos.
obituario@folhasp.com.br
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