São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 2008

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ÍTALO BIANCHI (1924-2008)

Um dedo italiano na publicidade do NE

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos últimos 30 anos, fruto de uma jogada de marketing, o Banco do Nordeste buscou fortalecer sua imagem de fomentador do desenvolvimento regional recorrendo à idéia do "conterrâneo".
O slogan, porém, saiu da cabeça de um estrangeiro. Italiano de Milão, o publicitário Ítalo Bianchi chegou a São Paulo em 1949 com um grupo de compatriotas que vieram trabalhar na recém-fundada Companhia Cinematográfica Vera Cruz.
Naquela época, era cenógrafo. "O cinema brasileiro teve um empurrão fundamental dos italianos", lembra Giuliano, filho de Ítalo.
"Era o pós-guerra, a Europa estava arrasada. Meu pai viu no Brasil novas perspectivas." Em 1950, trouxe toda a família da Itália.
Por um tempo, trabalhou em Buenos Aires, onde criou capas de discos e livros, mas logo voltou a São Paulo. Como diretor de arte, foi o responsável pelo projeto gráfico de um suplemento literário em "O Estado de S. Paulo".
Mudou-se para Recife em 1968. Em 1971, já tinha sua própria agência de publicidade, que, anos mais tarde, acabou vendendo aos sócios.
"Foi um divisor de águas na publicidade local", conta o filho. "Os clientes não sabiam como divulgar as marcas. O papel do consultor, foi ele quem trouxe."
Fumava quatro maços de cigarro por dia. Morreu no domingo, em Recife, aos 84, com um câncer no pulmão. Deixou cinco filhos, 11 netos e bisnetos.

obituario@folhasp.com.br



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