São Paulo, sábado, 10 de outubro de 1998

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Córregos sobem em Campinas

da Folha Campinas

A chuva que atingiu a região de Campinas entre a 0h e as 6h50 de ontem foi a maior dos últimos sete anos e causou estragos em várias cidades. Em Hortolândia, 140 mil pessoas ficaram sem água, por causa do rompimento de uma adutora.
Em Campinas, as chuvas causaram alagamentos em três bairros da região norte. A região mais atingida foi a do Jardim São Marcos.
O Córrego da Lagoa, que corta o bairro, subiu de nível até 1 metro na madrugada de ontem, e atingiu cerca de 100 barracos.
Três pontes que ligam as duas margens do Córrego da Lagoa foram levadas pela enxurrada.
No ano passado, a Defesa Civil de Campinas fez um alerta de que a cidade tem 50 áreas de risco. Cinco delas, incluindo o São Marcos, foram consideradas críticas. Mesmo assim, nenhuma obra de vulto foi feita.
A Secretaria das Operações de Campinas informou por meio da assessoria de imprensa que até 1999, 1,3 mil famílias moradoras de áreas de risco do São Marcos serão removidas para a Vila Esperança.
A dona-de-casa Cícera Francelino da Silva, 27, que mora com seus dois filhos, Thiago, 9, e Lucas, 7, acordou na madrugada de ontem com a água e lama invadindo a sua casa que fica a menos de 30 metros do Córrego da Lagoa. "Quando acordei, tudo estava cheio de água", disse Cícera.
Em Cosmópolis, 40 mil moradores ficaram sem energia entre 8h e 8h40. Um total de 23 acidentes em estradas deixaram quatro feridos graves.
Em Bragança Paulista, dois barracos desabaram. As famílias estão instaladas em escolas da cidade e assistidas pela Defesa Civil.
Em Piracicaba, 30 mil pessoas ficaram sem energia das 2h às 10h. A chuva de granizo e o vendaval derrubaram cerca de 40 árvores, sendo que cinco atingiram casas e carros. O rio Piracicaba subiu 1,1 metro.
A energia foi restabelecida ontem à tarde. Duas casas, nos bairros Alto e Piracicamirim, ficaram com rachaduras e outras cinco ficaram alagadas, nos bairros Parque Água Branca, Novo Américo, São Jorge, Boa Esperança e Cecap.
"Todo o tormento não durou mais do que 40 minutos. Foi o suficiente para sujar a cidade e as casas", disse o agente da Defesa Civil de Piracicaba, Marcos Alexandre Pavanelli Rodrigues, 28.



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