|
Texto Anterior | Índice
RIO ANTIGO
Lavradio terá novas construções, como bares e teatros, e reforma estrutural, de pavimentação e nas fachadas
Rua deve ser revitalizada até dezembro
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
Uma reforma num dos trechos
que melhor representam os estilos arquitetônicos do Rio antigo, a
rua do Lavradio, na zona central,
deve estar concluída no próximo
mês e promete trazer de volta a vida cultural e noturna do local.
A reforma estrutural e de pavimentação, que envolveu a troca
de todas as galerias de águas e esgoto -muitas tinham mais de
um século de existência-, e o
alargamento das calçadas de 1 m
para 4 m, custou cerca de R$ 5 milhões e começou em 1999.
Após a conclusão das obras, será a vez das fachadas dos prédios e
casarões. Uma parceria da prefeitura com a Fundação Roberto
Marinho promoverá a revitalização dos imóveis.
"O objetivo dessas reformas é
buscar as origens da rua, a tradição e a vida cultural daqui", diz o
antiquário Plínio Fróes, presidente da Associação dos Comerciantes do Centro do Rio Antigo.
Além das reformas, serão abertos espaços culturais, dois teatros
e cafés ao longo de todo o trecho,
que recebeu uma fileira de palmeiras imperiais. A idéia do alargamento das calçadas é que bares
e restaurantes coloquem suas mesas do lado de fora, contribuindo
para a vida noturna do local.
Para comemorar a revitalização, o antiquário Scenarium
-um dos 24 da rua-, que guarda móveis antigos para locações
de TV, cinema e teatro, promoveu
o Festival Ariano Suassuna. Foram sete dias de apresentação de
peças do escritor, palestras, leitura de poesias e projeção de filmes.
A comemoração foi na sede do
Scenarium, um casarão de três
andares no estilo eclético, construído em 1880. Com o festival,
Fróes, dono do antiquário, aproveitou para abrir um dos teatros
que vão funcionar na rua. O outro, no casarão ao lado, deverá estar pronto no ano que vem.
O próprio Suassuna veio especialmente ao Rio para agradecer à
homenagem. "Foi maravilhoso.
Nunca uma homenagem conseguiu representar tão bem a minha
obra", disse. Uma das encenações
do festival foi "A Mulher Vestida
de Sol", escrita quando o autor tinha 20 anos e que nunca havia sido interpretada no teatro.
Aberta em 1771, a rua foi um importante reduto cultural da cidade entre o século 19 e o início do
20. Lá residiram figuras ilustres
como Duque de Caxias e Marquês
de Olinda. "Ela foi reduto de barões e marqueses e, posteriormente, de artistas, com teatros e
bares. É a síntese da cidade", diz.
A arquitetura da rua superpõe,
por exemplo, o século 18 e o modernismo. Há ainda construções
tombadas, como a Sociedade Brasileira de Belas Artes.
Texto Anterior: Rio: Queima de fogos do Réveillon será feita no mar Índice
|