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BIOLOGIA NA ACADEMIA
Guia com 313 páginas mostra fotografias das espécies mais representativas do campus no Butantã
Livro revela os animais e as plantas da USP
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
A professora Jane Elizabeth
Kraus andava com as fotografias
na bolsa e as mostrava para todo
mundo: amigos, familiares, motoristas de táxi. "Qual das duas
você prefere?", indagava, em dúvida entre a imagem do sanhaço-cinzento e a do periquito-rico que
saboreava uma flor de suinã. Voto
para um, voto para o outro, acabou ganhando o periquito, e a decisão foi tomada: ele ilustra a capa
do livro "Fauna e Flora no Campus", um guia da diversidade biológica existente na Cidade Universitária da USP, no Butantã (zona oeste de São Paulo).
O livro, que será lançado no
próximo dia 18, traz fotos e dados
curiosos sobre 40 plantas e 40 animais que vivem no campus, como
o bicho-preguiça, o gambá, o sagüi e a cobra coral -na verdade,
uma versão falsa, não venenosa,
mas da qual, por via das dúvidas,
também é melhor ficar longe.
Dos animais apresentados, 26
são aves. Lá estão, além do periquito-rico, o suiriri-cavaleiro, que
costuma ficar sobre o lombo de
bois, cavalos e capivaras, e o chupim, que põe os ovos nos ninhos
de outros pássaros, para que o
hospedeiro crie o filho "adotivo".
O levantamento das plantas e
dos animais do campus começou
em 2001 e tinha outro objetivo: a
criação de um roteiro, para ser
percorrido a pé, ao longo do qual
o usuário do campus encontraria
totens com informações sobre a
fauna e flora da região. Mas a trilha ecológica, como foi batizada a
proposta, não foi implementada,
por questões financeiras. Surgiu
então a idéia de transformar o
material coletado num livro.
Com 1,2 milhão de m2 de área
verde livre, o campus tem muito
mais plantas e animais que as que
aparecem no livro. A intenção,
porém, não era listar todas, mas
mostrar as mais representativas e
importantes para o público leigo,
diz Jane Kraus, professora aposentada do Instituto de Biociências e coordenadora do projeto.
Por isso a votação informal para
descobrir quem seria o "modelo"
da capa. "As pessoas têm uma ligação afetiva com o periquito, que
é bem conhecido, e a gente queria
que o livro cativasse os leitores.
Quanto mais mostrarmos a importância desses animais e plantas, mais conseguiremos evitar a
depredação", diz Kraus, que assina o livro com Elizabeth Höfling,
Miguel Trefaut Rodrigues e Maria
Ruth Amaral de Sampaio.
Animais e plantas neotropicais
tiveram preferência na escolha, o
que não impediu a presença de espécies exóticas, como o jacarandá-mimoso, árvore nativa da Argentina e muito presente no campus. Na parte destinada à flora, há
detalhes de flores, folhas, frutos e
casca. As imagens ajudam a entender nomes inusitados, como o
da ficheira, cujas sementes, arredondadas e finas, são utilizadas
como fichas em jogos.
O livro de 313 páginas, publicado pela Edusp, custará R$ 139.
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