São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BIOLOGIA NA ACADEMIA

Guia com 313 páginas mostra fotografias das espécies mais representativas do campus no Butantã

Livro revela os animais e as plantas da USP

AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

A professora Jane Elizabeth Kraus andava com as fotografias na bolsa e as mostrava para todo mundo: amigos, familiares, motoristas de táxi. "Qual das duas você prefere?", indagava, em dúvida entre a imagem do sanhaço-cinzento e a do periquito-rico que saboreava uma flor de suinã. Voto para um, voto para o outro, acabou ganhando o periquito, e a decisão foi tomada: ele ilustra a capa do livro "Fauna e Flora no Campus", um guia da diversidade biológica existente na Cidade Universitária da USP, no Butantã (zona oeste de São Paulo).
O livro, que será lançado no próximo dia 18, traz fotos e dados curiosos sobre 40 plantas e 40 animais que vivem no campus, como o bicho-preguiça, o gambá, o sagüi e a cobra coral -na verdade, uma versão falsa, não venenosa, mas da qual, por via das dúvidas, também é melhor ficar longe.
Dos animais apresentados, 26 são aves. Lá estão, além do periquito-rico, o suiriri-cavaleiro, que costuma ficar sobre o lombo de bois, cavalos e capivaras, e o chupim, que põe os ovos nos ninhos de outros pássaros, para que o hospedeiro crie o filho "adotivo".
O levantamento das plantas e dos animais do campus começou em 2001 e tinha outro objetivo: a criação de um roteiro, para ser percorrido a pé, ao longo do qual o usuário do campus encontraria totens com informações sobre a fauna e flora da região. Mas a trilha ecológica, como foi batizada a proposta, não foi implementada, por questões financeiras. Surgiu então a idéia de transformar o material coletado num livro.
Com 1,2 milhão de m2 de área verde livre, o campus tem muito mais plantas e animais que as que aparecem no livro. A intenção, porém, não era listar todas, mas mostrar as mais representativas e importantes para o público leigo, diz Jane Kraus, professora aposentada do Instituto de Biociências e coordenadora do projeto.
Por isso a votação informal para descobrir quem seria o "modelo" da capa. "As pessoas têm uma ligação afetiva com o periquito, que é bem conhecido, e a gente queria que o livro cativasse os leitores. Quanto mais mostrarmos a importância desses animais e plantas, mais conseguiremos evitar a depredação", diz Kraus, que assina o livro com Elizabeth Höfling, Miguel Trefaut Rodrigues e Maria Ruth Amaral de Sampaio.
Animais e plantas neotropicais tiveram preferência na escolha, o que não impediu a presença de espécies exóticas, como o jacarandá-mimoso, árvore nativa da Argentina e muito presente no campus. Na parte destinada à flora, há detalhes de flores, folhas, frutos e casca. As imagens ajudam a entender nomes inusitados, como o da ficheira, cujas sementes, arredondadas e finas, são utilizadas como fichas em jogos.
O livro de 313 páginas, publicado pela Edusp, custará R$ 139.


Texto Anterior: Patrimônio cultural: Escultura é atribuída ao Aleijadinho
Próximo Texto: Ambiente: BA decreta emergência na Chapada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.