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Famílias vão processar pilotos do Legacy
Advogado que representa 40 famílias disse que "autoridades" lhe confirmaram que eles fizeram "manobras aéreas" antes da colisão
Ele usou a informação, que é negada pela Aeronáutica, para incluir os pilotos como réus nos processos abertos nos EUA contra empresas
REGIANE SOARES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Advogados que representam
40 famílias de vítimas do acidente da Gol informaram ontem que também vão processar
os pilotos do Legacy, Joe Lepore e Jean Paladino. Segundo o
advogado americano Manoel
von Ribbeck, "autoridades" do
comando da Aeronáutica confirmaram a informação de que
os pilotos fizeram "manobras
aéreas" a 37 mil pés de altitude
antes de colidir com o Boeing.
Ele disse que usou a informação, que é negada pela Aeronáutica, para incluir os pilotos
como réus nos processos abertos nos EUA contra as empresas envolvidas no acidente. No
início da semana, o escritório
de Ribbeck em Nova York ingressou com ação de indenização contra a ExcelAire, proprietária do Legacy, a Honeywell, que produziu o sistema de
alarme anticolisão, e a Boeing,
fabricante do avião da Gol.
Ontem, o advogado também
não descartou a possibilidade
de processar os controladores
de vôo que trabalhavam na tarde do acidente, desde que fique
comprovada a responsabilidade deles. Para isso, Ribbeck disse que terá que esperar a conclusão das investigações que
estão sendo feitas no Brasil.
"O piloto do Legacy foi mais
do que negligente. Estavam fazendo manobras aéreas e o governo confirmou nossas teorias", disse Ribbeck.
O advogado disse que "infelizmente" não pôde revelar
quem da Aeronáutica lhe confirmou a informação. Mas ressaltou que o jornalista americano Joe Sharkey, que estava no
Legacy, prestou depoimento no
Brasil e teria dito que os pilotos
fizeram manobras para mostrar as "maravilhas" do jato recém adquirido pela ExcelAire.
Em entrevista coletiva, Ribbeck apresentou uma simulação de como pode ter sido a colisão entre o Boeing e o Legacy.
Segundo avaliação de peritos
que trabalham com o advogado, o avião levou 1min53s para
cair "em parafuso" e as pessoas
sabiam que iam morrer. "Houve o que nós chamamos de terror pré-impacto", disse.
Gol
Em audiência na Comissão
do Meio Ambiente, Defesa do
Consumidor e Fiscalização e
Controle do Senado, a advogada Carla Coelho, da Gol, afirmou ontem que a companhia já
iniciou a discussão sobre o pagamento das indenizações às
famílias de vítimas. Ela representou o diretor-presidente da
Gol, Constantino Júnior, que
não foi ao encontro.
Carla disse que as indenizações às famílias serão discutidas caso a caso. "Algumas famílias entendem que não é o momento para discutir o assunto."
Viúva de uma das vítimas do
acidente, Eulália Carvalho foi
convidada para participar da
audiência. Ela fez críticas à Gol,
à Aeronáutica e ao IML (Instituto Médico Legal) de Brasília.
Pediu que a companhia faça
sua proposta de indenizações
por escrito. Disse que a Aeronáutica não deu informações
suficientes sobre o acidente. E
que o IML ainda não concluiu
os laudos necroscópicos.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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