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Verba destinada à segurança aérea paga até ração
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Parte do dinheiro destinado
ao programa de segurança do
tráfego aéreo brasileiro neste
ano pagou até ração para cachorro, além de festas e homenagens, registram dados do Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais).
Pesquisa feita pela organização não-governamental Contas
Abertas mostra que a compra
de seis toneladas de ração para
cães consumiu R$ 20 mil dos
R$ 172,4 milhões gastos no programa, que é subordinado ao
Ministério da Defesa.
Os animais fazem parte do
sistema de segurança do Cindacta-2, o centro de controle de
tráfego aéreo com sede em Curitiba, no Paraná. Valor semelhante -R$ 21,4 mil- foi gasto
em "festividades e homenagens", segundo a ONG.
Compromisso
No auge do apagão aéreo, durante o feriado prolongado de
Finados, o comando da Aeronáutica negou que a crise na
área de controle de tráfego de
vôo tivesse sido provocada pela
falta de dinheiro, apesar do
bloqueio de recursos do Fundo
Aeronáutico.
A Aeronáutica também se
comprometeu a acelerar os
gastos do programa: há dois
meses do final do ano, pouco
mais da metade -ou 54,7%-
das despesas previstas para
2006 havia sido paga, já consideradas as contas pendentes de
anos anteriores.
Restavam ainda aproximadamente R$ 200 milhões para
serem empenhados (compromisso que antecede o gasto
propriamente dito).
A maior parcela do dinheiro
foi gasta com serviços prestados por empresas, como a instalação de radares, mostra o levantamento da ONG Contas
Abertas.
Os investimentos consumiram R$ 55 milhões contra R$ 19
milhões pagos em diárias e na
compra de passagens, até a última segunda-feira.
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