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Camelôs invadem o calçadão de Ribeirão
Cerca de 30 ambulantes que têm box no "camelódromo" subiram para o local, se juntando aos deficientes e aos ilegais
Deficientes rejeitaram o decreto que formaliza sua transferência do calçadão para os boxes construídos na rua Duque de Caxias
GUILHERME CAMPOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O calçadão da rua General
Osório, no centro de Ribeirão
Preto, amanheceu ontem lotado de camelôs. A invasão, a 45
dias do Natal, foi motivada pela
recusa dos ambulantes deficientes físicos de ocupar boxes
construídos para eles na galeria
da rua Duque de Caixas, conhecida como "camelódromo"
Cerca de 30 ambulantes regulares e não-deficientes que
ocupam a galeria e pelo menos
mais 25 ilegais tomaram o calçadão com seus produtos (CDs
e vídeos piratas, redes, óculos
de sol, roupas) e permaneceram no local até o final da tarde.
Os consumidores tiveram dificuldades de andar pelo calçadão e os lojistas da rua reclamaram da concorrência, que consideram desleal, já que os ambulantes não pagam impostos
nem têm despesas para manter
o ponto.
Desta vez, a polêmica ocorre
porque os deficientes rejeitaram o decreto do prefeito Welson Gasparini (PSDB), publicado na última quarta-feira, regulamentando a ida do grupo para
o camelódromo.
Para rejeitar o decreto, eles
alegam que o texto não garante
sua permanência na galeria,
não oferece segurança e que o
servidor público nomeado para
gerenciar o local não tem a
aprovação do grupo.
De acordo com o ambulante
deficiente visual Leandro Pereira da Silva, 26, o grupo quer a
revisão do decreto. "Vamos encaminhar um ofício para a Câmara e o Ministério Público para que revejam esse estatuto."
A líder dos camelôs da galeria
que invadiram o calçadão ontem, Cleusa Bezerra da Silva,
53, disse que o grupo só sai do
local na hora em que todos os
ambulantes forem para a galeria, sem exceção.
"A lei tem que ser igual para
todos. Aqui [no calçadão] as
vendas são muito melhores no
fim de ano, por isso eles querem ficar", disse Silva.
A prefeitura afirmou que o
decreto atende todas as reivindicações dos deficientes. Hoje o
novo representante da galeria
vai tentar convencer o grupo a
tomar posse de seus boxes. Se
ele fracassar, a fiscalização promete apreender todas as barracas na próxima segunda-feira.
A "novela" dos deficientes
começou há pelo menos seis
meses, quando o grupo alegou
que não poderia cumprir a lei
que proíbe o comércio ambulante no quadrilátero central da
cidade porque não havia espaço
adequado no "camelódromo".
A prefeitura, então, fez reformas no prédio, sob a supervisão
do Ministério Público. Reforma pronta, os deficientes exigiram a formalização da mudança por decreto.
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