São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Jovens lotam praça atrás de um Japão imaginário

Fanáticos por quadrinhos e desenhos animados, eles se sentem japoneses

Vindos de vários Estados, eles se vestem como os personagens que adoram, namoram orientais e aprendem a falar japonês

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde que os desenhos animados japoneses, como "Cavaleiros do Zodíaco", começaram a fazer sucesso no Brasil, na década de 90, o interesse pela cultura japonesa tem aumentado.
O bairro da Liberdade se tornou o paraíso dos "otakus", como são chamados os aficionados por animês e mangás ( desenhos animados e quadrinhos japoneses). Eles podem ser vistos aos fins de semana na estação Liberdade, muitas vezes vestidos como seus personagens preferidos.
Alguns vêm de longe, como o baiano Ricardo Silva, que organiza, em Salvador, o festival Anipólitan, que anualmente reúne "otakus" em um dos colégios da cidade.
"Já vim pra São Paulo umas cinco vezes pra conferir a cultura japonesa, e sempre passo pela Liberdade." Mas Ricardo reclama dos preços. "Está mais barato importar pela internet. O mesmo boneco de "Samurai X" que eu comprei na internet por R$ 20, na Liberdade é vendido por R$ 60", diz.
A sergipana Mai Soto também sempre visita a Liberdade quando está em São Paulo. "É um bairro adorável", diz ela, que é vocalista da Baka Sentai, banda cujo repertório é formado exclusivamente por covers de canções de animês.
Mineira e descendente de italianos, Natália Ximene, 20, mora há oito anos em São Paulo. Mas diz que se sente japonesa. Ela aprendeu a falar japonês e tem aulas de kendo, a arte da espada dos samurais. Até hoje, todos os namorados da moça eram nikkeis. "Só me atrai a beleza oriental", diz Natália, que está "quase noiva" de um sansei (neto de japoneses).
Moradora do Jardim Aeroporto, ela vai à Liberdade pelo menos uma vez por semana. "Compro comida japonesa, pois aqui é mais barato. Quando tenho um dinheiro a mais, compro mangás", diz.
"Na Liberdade, eu me sinto no Japão", diz Natália. "Meu sonho é um dia conhecer o Japão, então aqui tenho a sensação de estar em casa, é onde me sinto mais feliz." (GQ)


Texto Anterior: Projetos fazem mira em potencial turístico
Próximo Texto: Descendentes de japoneses se espalharam por toda a cidade
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.