São Paulo, Sexta-feira, 10 de Dezembro de 1999


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EDUCAÇÃO
Desempenho no ano passado foi melhor, mas ministério afirma que não é possível comparar provas
Nenhum curso obtém nota acima de 49,9 no provão; engenharia química é o pior

Lula Marques/Folha Imagem
O ministro Paulo Renato (Educação), durante divulgação dos dados do provão, ontem em Brasília


BETINA BERNARDES
Coordenadora de Cotidiano da Sucursal de Brasília

MARTA AVANCINI
enviada especial a Brasília

Nenhum dos 13 cursos de graduação avaliados pelo Exame Nacional de Cursos de 99, o provão, atingiu a nota média considerada ideal pelo MEC -50, numa escala de 0 a 100. O curso de medicina, avaliado pela primeira vez, foi o que mais se aproximou -obteve média de 49,9.
Na sequência, vêm odontologia (48,5) e direito (42,4). Os alunos de engenharia química tiveram pior desempenho no exame, o que deu ao curso uma média de 18,3 (veja quadro).
Para o ministro Paulo Renato Souza (Educação), o resultado indica a falta de adequação entre a prova e os cursos. "Mostra que a prova foi muito difícil em relação aos cursos. Os alunos não têm as habilidades exigidas pela prova. O ideal é que todas as provas tivessem nota 5."
Na visão do ministro, isso não significa que todos os cursos sejam ruins, pois, entre os que passaram pela avaliação, há aqueles que, individualmente, tiveram bom desempenho. Os resultados do provão mostram o raio x da situação geral de cada curso em 99.
Embora o exame esteja na quarta edição, não é possível, segundo o Ministério da Educação, traçar a curva da evolução das notas médias de cada curso ao longo do tempo porque o grau de dificuldade da prova é diferente a cada ano. Em 99, os estudantes preencheram um questionário em que a maioria classificou o grau de dificuldade da prova entre médio e difícil.
Entre os 13, três foram avaliados pela primeira vez em 99: medicina, economia e engenharia mecânica. Administração, direito e engenharia civil são avaliados desde 96. Engenharia química, medicina veterinária e odontologia entraram no exame em 97. Letras, engenharia elétrica, jornalismo e matemática começaram em 98. No ano passado, odontologia foi o curso que apresentou melhor desempenho, obtendo média 50,87. O pior foi matemática, com média 20,12.

Cursos novos
Na avaliação do MEC, um dado mostra que o provão está influenciando positivamente os cursos de graduação: cursos criados após o surgimento do provão apoderaram-se de uma fatia maior de conceitos A e B no exame do que cursos antigos.
Em direito, por exemplo, 131 cursos já haviam participado do provão nos anos anteriores. Desses, 16% levaram conceitos A e B em 99. Já entre os 15 cursos de direito estreantes, 20% obtiveram esses conceitos.
"Esses cursos já surgiram no ambiente da avaliação e por isso começaram melhor que os outros", avalia o ministro.
O exame apontou mais uma vez a melhora na formação dos professores. Nas instituições particulares, o número de doutores aumentou 37,4% entre 96 e 98, chegando a 7.529. Nas federais, o crescimento do número de doutores foi de 30%, totalizando 13.170.
Ao todo, participaram do exame 160.018 graduandos, que correspondem a 92,2% dos 173,6 mil inscritos.



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