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EDUCAÇÃO
Desempenho no ano passado foi melhor, mas ministério afirma que não é possível comparar provas
Nenhum curso obtém nota acima de 49,9 no provão; engenharia química é o pior
Lula Marques/Folha Imagem
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O ministro Paulo Renato (Educação), durante divulgação dos dados do provão, ontem em Brasília |
BETINA BERNARDES
Coordenadora de Cotidiano da Sucursal de Brasília
MARTA AVANCINI
enviada especial a Brasília
Nenhum dos 13 cursos de graduação avaliados pelo Exame Nacional de Cursos de 99, o provão,
atingiu a nota média considerada
ideal pelo MEC -50, numa escala
de 0 a 100. O curso de medicina,
avaliado pela primeira vez, foi o
que mais se aproximou -obteve
média de 49,9.
Na sequência, vêm odontologia
(48,5) e direito (42,4). Os alunos
de engenharia química tiveram
pior desempenho no exame, o
que deu ao curso uma média de
18,3 (veja quadro).
Para o ministro Paulo Renato
Souza (Educação), o resultado indica a falta de adequação entre a
prova e os cursos. "Mostra que a
prova foi muito difícil em relação
aos cursos. Os alunos não têm as
habilidades exigidas pela prova. O
ideal é que todas as provas tivessem nota 5."
Na visão do ministro, isso não
significa que todos os cursos sejam ruins, pois, entre os que passaram pela avaliação, há aqueles
que, individualmente, tiveram
bom desempenho. Os resultados
do provão mostram o raio x da situação geral de cada curso em 99.
Embora o exame esteja na quarta edição, não é possível, segundo
o Ministério da Educação, traçar a
curva da evolução das notas médias de cada curso ao longo do
tempo porque o grau de dificuldade da prova é diferente a cada
ano. Em 99, os estudantes preencheram um questionário em que
a maioria classificou o grau de dificuldade da prova entre médio e
difícil.
Entre os 13, três foram avaliados
pela primeira vez em 99: medicina, economia e engenharia mecânica. Administração, direito e engenharia civil são avaliados desde
96. Engenharia química, medicina veterinária e odontologia entraram no exame em 97. Letras,
engenharia elétrica, jornalismo e
matemática começaram em 98.
No ano passado, odontologia foi o
curso que apresentou melhor desempenho, obtendo média 50,87.
O pior foi matemática, com média 20,12.
Cursos novos
Na avaliação do MEC, um dado
mostra que o provão está influenciando positivamente os cursos
de graduação: cursos criados após
o surgimento do provão apoderaram-se de uma fatia maior de
conceitos A e B no exame do que
cursos antigos.
Em direito, por exemplo, 131
cursos já haviam participado do
provão nos anos anteriores. Desses, 16% levaram conceitos A e B
em 99. Já entre os 15 cursos de direito estreantes, 20% obtiveram
esses conceitos.
"Esses cursos já surgiram no
ambiente da avaliação e por isso
começaram melhor que os outros", avalia o ministro.
O exame apontou mais uma vez
a melhora na formação dos professores. Nas instituições particulares, o número de doutores aumentou 37,4% entre 96 e 98, chegando a 7.529. Nas federais, o
crescimento do número de doutores foi de 30%, totalizando
13.170.
Ao todo, participaram do exame 160.018 graduandos, que correspondem a 92,2% dos 173,6 mil
inscritos.
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