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OAB-SP pede à PF investigação sobre fraude
Houve vazamento de questões inteiras da prova, que seria realizada ontem por 25 mil pessoas e teve que ser cancelada
Suspeita é que questões tenham sido divulgadas por um professor de cursinho de direito; ainda não há data para a realização do exame
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos duas questões integrais do exame da OAB-SP
(Ordem de Advogados do Brasil
de São Paulo) teriam sido divulgadas por um professor de cursinho de direito -segundo a
própria OAB- o que provocou
o cancelamento da primeira fase da prova. Cerca de 25 mil bacharéis em direito fariam o
134º exame da Ordem em todo
o Estado ontem.
A OAB-SP não informou o
nome do cursinho ou do professor. "Estamos preservando
os nomes para passar para a Polícia Federal e não atrapalhar as
investigações", disse o presidente da seção paulista da OAB,
Luiz Flávio Borges D'Urso.
Ele afirmou que ainda não há
previsão de uma nova data para
a prova da primeira fase (de
múltipla escolha), e que o exame será realizado apenas no
início do próximo ano.
Com isso, a segunda fase (discursiva), que deveria ocorrer
em 20 de janeiro, também precisará ser adiada.
"A logística é muito complicada, pois a prova é feita em todo o Estado. Precisamos verificar quando os locais onde a
prova seria feita estão disponíveis", disse ele.
O cancelamento da prova, segundo D'Urso, "traz uma série
de transtornos operacionais".
"Mas ainda bem que foi descoberto antes da realização do
exame. Foi possível avisar cerca de 90% dos candidatos."
A denúncia foi recebida no final da tarde de anteontem por
telefone pelo próprio presidente da OAB-SP. As informações
foram passadas a Brás Martins
Neto, presidente da Comissão
de Estágio e Exame da Ordem,
que confirmou a presença de
duas questões com texto integral na prova. Outros trechos
teriam sido divulgados, mas
ainda não há confirmação se faziam parte do exame.
Para a elaboração da prova,
uma comissão reúne questões
formuladas por professores e
advogados em um banco de dados, de onde são selecionadas
pessoalmente pelo presidente
da comissão as cem perguntas
que integrarão o exame.
Vunesp
Com dez dias de antecedência, é realizada uma reunião
com um representante da Vunesp (Fundação para o Vestibular da Unesp), responsável
pela impressão e distribuição
em todo o Estado.
D'Urso disse já ter contatado
a Procuradoria Geral da República e solicitará a instauração
de inquérito pela PF.
A reportagem tentou ouvir a
Vunesp, sem sucesso.
Neste ano, já foi cancelado o
concurso da seccional de Goiás
por vazamento de informações
da prova prático-profissional.
Na ocasião, a Polícia Federal
prendeu 11 pessoas suspeitas
de fraude.
(CRISTIANE CAPUCHINHO e AFRA BALAZINA)
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