São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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Projeto permite a jovem de 16 ver peça para 18

Comissão do Senado aprova texto que flexibiliza classificação indicativa para adolescente, desde que acompanhado de responsável

Classificação feita pelo Estado está defasada, pois os pais já controlam acesso à internet e à TV, diz Aloizio Mercadante (PT), autor da proposta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado Federal aprovou ontem, em primeira votação, um projeto de lei que pretende flexibilizar o limite de idade estabelecido pela classificação indicativa, desde que o adolescente esteja acompanhado pelos pais ou responsáveis.
O texto ainda será votado uma segunda vez pela comissão, antes de ser encaminhado para análise da Câmara e para sanção da Presidência da República.
A ideia original da medida era permitir que adolescentes com pelo menos 16 anos pudessem ingressar em espetáculos, filmes e outros eventos culturais destinados a maiores de 18 anos desde que devidamente acompanhados, segundo explicaram as assessorias técnicas dos senadores Aloizio Mercadante (PT-SP), autor da proposta, e da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), relatora.
Para Mercadante, a redação atual do texto, porém, pode ampliar ainda mais a flexibilização da classificação pretendida. "Vai abrir espaço para a discussão. Está dito que os pais se sobrepõem à classificação do Estado", disse ele.
Segundo a assessoria técnica do senador, o texto pode ser aperfeiçoado para evitar que seja necessária uma regulamentação da matéria -o que pode ocorrer por meio de uma emenda na próxima votação.

Critério doméstico
Na justificativa da matéria, o senador petista afirma que um dos dispositivos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) "retira do poder familiar a possibilidade de exercer seu papel fundamental quando impede que o pai, a mãe ou responsável acompanhe o adolescente entre 16 e 18 anos a sala de espetáculo onde esteja sendo veiculado filme ou peça com classificação indicativa para maiores de 18".
Para Mercadante, a classificação estanque determinada pelo Estado está defasada, considerando que a televisão e a internet estão em grande parte das casas brasileiras, sem nenhum limite que não seja o eventual monitoramento feito pelos pais do adolescente.
"Na prática, quem decide o que o adolescente vai ver é a família cotidianamente. Queremos que o critério doméstico seja estendido ao ambiente cultural. Espero que os pais não permitam o que é impróprio; mas não só na sala de cinema, em casa também", afirmou o senador.


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