|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Projeto permite a jovem de 16 ver peça para 18
Comissão do Senado aprova texto que flexibiliza classificação indicativa para adolescente, desde que acompanhado de responsável
Classificação feita pelo Estado está defasada, pois os pais já controlam acesso à internet e à TV, diz Aloizio Mercadante (PT), autor da proposta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado Federal aprovou ontem, em primeira votação, um projeto de
lei que pretende flexibilizar o
limite de idade estabelecido pela classificação indicativa, desde que o adolescente esteja
acompanhado pelos pais ou
responsáveis.
O texto ainda será votado
uma segunda vez pela comissão, antes de ser encaminhado
para análise da Câmara e para
sanção da Presidência da República.
A ideia original da medida
era permitir que adolescentes
com pelo menos 16 anos pudessem ingressar em espetáculos,
filmes e outros eventos culturais destinados a maiores de 18
anos desde que devidamente
acompanhados, segundo explicaram as assessorias técnicas
dos senadores Aloizio Mercadante (PT-SP), autor da proposta, e da senadora Patrícia
Saboya (PDT-CE), relatora.
Para Mercadante, a redação
atual do texto, porém, pode ampliar ainda mais a flexibilização
da classificação pretendida.
"Vai abrir espaço para a discussão. Está dito que os pais se sobrepõem à classificação do Estado", disse ele.
Segundo a assessoria técnica
do senador, o texto pode ser
aperfeiçoado para evitar que
seja necessária uma regulamentação da matéria -o que
pode ocorrer por meio de uma
emenda na próxima votação.
Critério doméstico
Na justificativa da matéria, o
senador petista afirma que um
dos dispositivos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) "retira do poder familiar a
possibilidade de exercer seu
papel fundamental quando impede que o pai, a mãe ou responsável acompanhe o adolescente entre 16 e 18 anos a sala
de espetáculo onde esteja sendo veiculado filme ou peça com
classificação indicativa para
maiores de 18".
Para Mercadante, a classificação estanque determinada
pelo Estado está defasada, considerando que a televisão e a internet estão em grande parte
das casas brasileiras, sem nenhum limite que não seja o
eventual monitoramento feito
pelos pais do adolescente.
"Na prática, quem decide o
que o adolescente vai ver é a família cotidianamente. Queremos que o critério doméstico
seja estendido ao ambiente cultural. Espero que os pais não
permitam o que é impróprio;
mas não só na sala de cinema,
em casa também", afirmou o
senador.
Texto Anterior: MEC decidiu aplicar Enem com erro em uma questão Próximo Texto: Frase Índice
|