São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2002

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SEGURANÇA

Saulo de Castro Abreu Filho, promotor e atual presidente da Febem, não fez promessas objetivas nem críticas

Nada muda, afirma o novo secretário

DA REPORTAGEM LOCAL

Continuidade. Foi essa a tônica da fala do novo secretário da Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, 40, apresentado ontem pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
A face concreta da continuidade foi o anúncio -feito antes mesmo de sua posse, no dia 22- de que os dois chefes das polícias deverão continuar em seus cargos.
Ao lado de Alckmin e do atual titular da pasta, Marco Vinicio Petrelluzzi, Abreu Filho adotou um discurso contido, sem promessas objetivas nem críticas -traços marcantes do governo Alckmin.
"Vamos dar continuidade a um bom serviço, que muitas vezes não está aparecendo por uma razão "a" ou "b" ou porque está caminhando para o resultado final", disse Abreu Filho ao ser indagado se acha que a população espera mudanças. "As pessoas têm de entender que existe uma política de governo, que não é pessoal."
O tom seguia à risca o que fora ditado minutos antes pelo governador. "A única diferença é que o Saulo é mais magro", brincou Alckmin. "Os princípios não mudam. O programa de governo tem de ser cumprido. Só o estilo é próprio. E o estilo é o homem", disse o governador, classificando como "inteligente" a decisão de manter os comandos das polícias, "para não paralisar a tropa".
Segundo Alckmin, dos sete novos nomes que substituirão os secretários candidatos às eleições, Abreu Filho foi o primeiro a ser anunciado exatamente para reduzir a ansiedade nas corporações.
Atual presidente da Febem e promotor de carreira, Abreu Filho falou muito, mas deu poucos detalhes do que pretende fazer na segurança pública. Em linhas gerais, disse que trabalhará sobre a auto-estima dos policiais e que "continuará a perseguir a meta" fixada em campanha de reduzir à metade os índices de violência. Mas não afirmou aonde crê ser possível chegar até o final do ano.
Contra os sequestros e a sensação de insegurança, atual pesadelo dos paulistas, prometeu inteligência e ação integrada. No ano passado, apenas 43% dos casos foram resolvidos pela polícia.
"Sequestro é um crime feito e combatido com inteligência. Tem que cruzar banco de dados, especializar os policiais. "
Promessas não fez. Disse que apresentará projetos durante a transição e estudará um "programa de prevenção à delinquência juvenil". Ao Ministério Público -instituição de onde vem e que protagonizou o mais recente episódio de crise na polícia- acenou com uma bandeira branca.



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