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SEGURANÇA
Saulo de Castro Abreu Filho, promotor e atual presidente da Febem, não fez promessas objetivas nem críticas
Nada muda, afirma o novo secretário
DA REPORTAGEM LOCAL
Continuidade. Foi essa a tônica
da fala do novo secretário da Segurança Pública de São Paulo,
Saulo de Castro Abreu Filho, 40,
apresentado ontem pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
A face concreta da continuidade
foi o anúncio -feito antes mesmo de sua posse, no dia 22- de
que os dois chefes das polícias deverão continuar em seus cargos.
Ao lado de Alckmin e do atual
titular da pasta, Marco Vinicio Petrelluzzi, Abreu Filho adotou um
discurso contido, sem promessas
objetivas nem críticas -traços
marcantes do governo Alckmin.
"Vamos dar continuidade a um
bom serviço, que muitas vezes
não está aparecendo por uma razão "a" ou "b" ou porque está caminhando para o resultado final",
disse Abreu Filho ao ser indagado
se acha que a população espera
mudanças. "As pessoas têm de
entender que existe uma política
de governo, que não é pessoal."
O tom seguia à risca o que fora
ditado minutos antes pelo governador. "A única diferença é que o
Saulo é mais magro", brincou
Alckmin. "Os princípios não mudam. O programa de governo tem
de ser cumprido. Só o estilo é próprio. E o estilo é o homem", disse
o governador, classificando como
"inteligente" a decisão de manter
os comandos das polícias, "para
não paralisar a tropa".
Segundo Alckmin, dos sete novos nomes que substituirão os secretários candidatos às eleições,
Abreu Filho foi o primeiro a ser
anunciado exatamente para reduzir a ansiedade nas corporações.
Atual presidente da Febem e
promotor de carreira, Abreu Filho falou muito, mas deu poucos
detalhes do que pretende fazer na
segurança pública. Em linhas gerais, disse que trabalhará sobre a
auto-estima dos policiais e que
"continuará a perseguir a meta"
fixada em campanha de reduzir à
metade os índices de violência.
Mas não afirmou aonde crê ser
possível chegar até o final do ano.
Contra os sequestros e a sensação de insegurança, atual pesadelo dos paulistas, prometeu inteligência e ação integrada. No ano
passado, apenas 43% dos casos
foram resolvidos pela polícia.
"Sequestro é um crime feito e
combatido com inteligência. Tem
que cruzar banco de dados, especializar os policiais. "
Promessas não fez. Disse que
apresentará projetos durante a
transição e estudará um "programa de prevenção à delinquência
juvenil". Ao Ministério Público
-instituição de onde vem e que
protagonizou o mais recente episódio de crise na polícia- acenou
com uma bandeira branca.
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