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ÉLCIO BERTI (1949-2009)
O prefeito que distribuía Viagra e vetou gays
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Como prefeito, decidiu
que sua política seria "divulgar" a pequena Bocaiuva do
Sul, na região metropolitana
de Curitiba (PR). E, para isso,
Élcio Berti não limitou esforços e polêmicas.
Entre 1997 e 2004, baixou
decretos inusitados, como o
que incentivava a distribuição de Viagra e amendoim
contra a impotência sexual.
Também proibiu a venda de
cigarros e preservativos.
Mas justificava: o número
de habitantes estava em queda, era preciso incentivar o
crescimento demográfico. Se
o problema continuasse, o
município perderia verbas.
Foi acusado de falta de decoro e enfrentou um processo de impeachment, que acabou arquivado na Câmara.
Em 2003, Berti causou revolta na comunidade gay; determinou que homossexuais
fossem proibidos de morar
no município. "Aqui é um lugar de respeito." Dizia ter tido a ideia após um casal de
gays lhe telefonar para saber
se poderia morar na cidade.
Mas a glória veio mesmo
quando o prefeito anunciou
a construção de um "óvniporto" para receber discos
voadores. Viu no projeto, não
concluído, um incremento
ao turismo. Deu entrevista
"até no "Programa do Jô'".
Berti estava afastado da
política e das polêmicas depois que deixou a prefeitura,
onde a mulher Lindiara o sucedeu por um mandato.
Era treinador do Operário
Pilarzinho, time amador de
Curitiba, mas descobriu um
câncer no estômago. Morreu
na quinta, aos 59.
obituario@grupofolha.com.br
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