São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2009

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ÉLCIO BERTI (1949-2009)

O prefeito que distribuía Viagra e vetou gays

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Como prefeito, decidiu que sua política seria "divulgar" a pequena Bocaiuva do Sul, na região metropolitana de Curitiba (PR). E, para isso, Élcio Berti não limitou esforços e polêmicas.
Entre 1997 e 2004, baixou decretos inusitados, como o que incentivava a distribuição de Viagra e amendoim contra a impotência sexual. Também proibiu a venda de cigarros e preservativos.
Mas justificava: o número de habitantes estava em queda, era preciso incentivar o crescimento demográfico. Se o problema continuasse, o município perderia verbas.
Foi acusado de falta de decoro e enfrentou um processo de impeachment, que acabou arquivado na Câmara.
Em 2003, Berti causou revolta na comunidade gay; determinou que homossexuais fossem proibidos de morar no município. "Aqui é um lugar de respeito." Dizia ter tido a ideia após um casal de gays lhe telefonar para saber se poderia morar na cidade.
Mas a glória veio mesmo quando o prefeito anunciou a construção de um "óvniporto" para receber discos voadores. Viu no projeto, não concluído, um incremento ao turismo. Deu entrevista "até no "Programa do Jô'".
Berti estava afastado da política e das polêmicas depois que deixou a prefeitura, onde a mulher Lindiara o sucedeu por um mandato.
Era treinador do Operário Pilarzinho, time amador de Curitiba, mas descobriu um câncer no estômago. Morreu na quinta, aos 59.

obituario@grupofolha.com.br


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