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Professora realiza maratona para obter diagnóstico
DA REPORTAGEM LOCAL
A importância de um diagnóstico correto para a labirintopatia é
que, em muitos casos, além de
controlar os sintomas (tontura,
vertigens, zumbido no ouvido), é
possível eliminar a causa da doença. Ou seja, conseguir a cura. Mas
isso nem sempre é fácil.
A professora universitária Ana
Lúcia Cabral, 44, precisou enfrentar uma maratona por cinco médicos antes de chegar ao veredito
correto. Há dois anos, ela sentia
muita tontura durante o dia.
"Conseguia trabalhar e dirigir,
mas vivia zonza e numa espécie
de flutuação", diz.
Os sintomas deixavam a professora tensa, com medo de perder o
controle e cair. "Fui ficando esgotada até que decidi procurar um
médico. Na verdade, cinco."
A peregrinação incluiu um
otorrinolaringologista, um clínico, um neurologista, um ortopedista e um otoneurologista.
O otorrinolaringologista disse
que ela tinha um problema no labirinto desencadeado por uma
compressão na coluna. "Achei estranho porque eu faço alongamento há muitos anos. Então, resolvi procurar um clínico."
O clínico disse que a tontura era
causada por um distúrbio do sono e encaminhou a paciente para
um neurologista. "Fiz tomografia
da cabeça e da coluna e, como o
resultado não deu nada, o neuro
me dispensou também."
Para eliminar a dúvida com relação à coluna, Ana procurou um
ortopedista. O diagnóstico foi de
síndrome do pânico, para sua surpresa e de seu analista. "Faço análise há mais de dez anos e meu
analista achou aquilo estranho.
Pediu para eu não tomar nenhuma atitude antes de investigar
melhor o quadro."
Foi na quinta tentativa que, depois de uma batelada de exames, a
causa da tontura se revelou. Ana
Lúcia tinha uma alteração no metabolismo de açúcar. "Por recomendação médica, parei de comer doces e, desde então, não tive
mais os sintomas. Não precisei
nem tomar remédio."
A história da "labirintite" de
Elay Queiroz Ferreira, 81, aposentada, também teve final feliz. Mas,
como Ana Lúcia, seu desfecho demorou. Exatos dez meses, como
ela conta.
O motivo é que a primeira tentativa de tratamento não deu certo, apesar do diagnóstico correto:
crise de tontura aguda provocada
por um trauma cervical.
"Passei quatro dias internada,
tomei remédio durante dez meses, mas os sintomas foram apenas controlados. Continuava tendo dificuldade para me locomover porque faltava equilíbrio e me
atrapalhava com os degraus",
lembra Elay.
A recomendação de um sobrinho para que ela procurasse outro
médico mudou a história. "Eu já
estava cansada de sentir tontura."
Depois de fazer os exames de praxe, veio a conduta certa e o alívio
tão almejado.
"O médico fez uns movimentos
com a minha cabeça (manobras
de reposição) e depois imobilizou
meu pescoço com um colar cervical, que usei por dois dias. No final do quinto dia estava bem melhor. Por um tempo ainda andei
um pouco devagar. Mas agora estou curada."
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