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"Estou com fome e muita saudade"
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM ARAÇATUBA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de 155 dias em cativeiro,
o fazendeiro João Bertin fez um
pedido simples ao chegar em casa
ontem. "Quero é almoçar com
meus familiares. Estou com fome
e muita saudade deles", afirmou.
Bertin estava abatido e cansado.
Ele caminhara de duas a três horas na madrugada em uma estrada de Assis, onde foi solto pelos
sequestradores.
O fazendeiro falou pouco durante entrevista à imprensa, realizada em uma das fazendas da família. Bertin disse que atendia a
pedido da polícia. Evitou fazer comentários sobre o sequestro e o
cativeiro. Disse que estava "contente e aliviado" e "mais ou menos" de saúde.
À polícia, Bertin declarou que
manteve contato somente com
dois sequestradores, que usavam
máscaras, mas não o agrediram.
Bertin também disse que permaneceu o tempo todo em um quarto pequeno, tapado com lonas.
Por um buraco da janela, viu
que a casa estava no meio do mato. O cativeiro seria em Quatá
(486 km de São Paulo), próximo
de Assis.
No quarto da casa só entravam
os dois sequestradores para entregar água e comida.
Segundo a polícia, o empresário
era alimentado três vezes por dia e
recebia os remédios para controle
da pressão arterial, já que sofre de
hipertensão.
De acordo com o delegado Marcos Buarraj Mourão, da Delegacia
Seccional de Lins, responsável pelo inquérito, a polícia deverá ouvir
o fazendeiro amanhã.
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