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Quadrilha era dividida em células para evitar que prisão de algum integrante inviabilizasse execução do plano
Grupo de sequestrador "terceirizava" ações
DA REPORTAGEM LOCAL
A quadrilha do sequestrador
Pedro Ciechanovicz tinha bases
de operações na região de Campinas, Ribeirão Preto, Bauru, Presidente Prudente e na Grande São
Paulo, segundo o Denarc.
Ciechanovicz e seu braço direito
Altair Rocha da Lima, o Altair, 37,
faziam parte do que a polícia vem
chamando de ""célula-mãe", responsável por organizar o sequestro, capturar as vítimas, negociar
o resgate e cuidar do cativeiro.
Apenas eles sabiam do plano
completo em execução.
Abaixo deles estão as outras células, montadas com mão-de-obra ""contratada" na própria região onde atuavam. Os integrantes dessas bases escolhiam vítimas
em potencial, pesquisavam seus
hábitos e davam apoio no dia do
sequestro, como, por exemplo,
escoltando o grupo da "célula-mãe" para fora da cidade.
Desse modo, a queda de um
membro da base não afetava a
execução do plano nem revelava a
identidade dos mentores da ação,
afirma o delegado Everardo Tanganelli Júnior, do Denarc.
A estrutura montada pelo sequestrador exigia dinheiro. As informações do empresário das Lojas Cem, Roberto Benito Júnior,
custaram cerca de US$ 5 mil
-valor pago a um ex-funcionário da rede de lojas que está preso.
Além disso, Ciechanovicz e Altair viajavam muito para despistar a polícia. Usavam telefones de
lugares diferentes. Nos últimos
três dias do sequestro de João Bertin, de acordo com escutas telefônicas, o suposto líder do grupo
passou pelo Paraguai, Maringá
(PR), Teodoro Sampaio (SP) e
Curitiba -onde foi preso.
""Ele dormia de duas a três horas
na carroceria de sua picape e continuava viagem. Tudo para dificultar o rastreamento das ligações", afirma o delegado Ivaney
Cayres de Souza, do Denarc.
Outros crimes
A quadrilha também é investigada por grandes assaltos, como o
roubo de esmeralda do aeroporto
de Cumbica, em São Paulo, tráfico
de drogas e lavagem de dinheiro.
Segundo a polícia, o dinheiro do
grupo era lavado por doleiros, em
esquema parecido com o do traficante Fernandinho Beira-Mar.
O doleiro Osman Hassan Issa,
assassinado em novembro do ano
passado pela quadrilha, mantinha
contas no Líbano para esse fim, de
acordo com o Denarc. Ele teria sido morto por sumir com parte do
resgate pago por familiares do
empresário das Loja Cem.
Por enquanto, não se tem ao
certo a dimensão do patrimônio
que Ciechanovicz reuniu enquanto esteve fora da prisão. A casa em
que ele foi preso em Curitiba pertencia a ele, disse a polícia.
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