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Menino de oito anos morre em incêndio em Copacabana
Mateus Santana, 8, teve corpo carbonizado; de acordo com a Polícia Civil, laudo com causa do acidente sai em 30 dias
O único eletrodoméstico ligado no quarto da criança era um ventilador, segundo familiares; sepultamento reuniu cerca de 300 pessoas
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Um menino de oito anos
morreu carbonizado em um incêndio na madrugada de ontem
dentro do apartamento onde
morava, em Copacabana, zona
sul do Rio. O incêndio ocorreu
na cobertura de um edifício na
rua Barata Ribeiro, uma das
principais do bairro.
Segundo relato dos familiares e dos bombeiros, o fogo começou por volta das 3h, quando
Mateus Guimarães Salles Santana, 8, dormia em um dos
quartos do segundo andar do
apartamento, onde morava
com os avós e a mãe.
O avô de Mateus, Paulo Salles, dormia no quarto ao lado e
tentou salvar o menino, disse o
aposentado Fernando Abelha,
71, tio-avô de Mateus. "O Paulo
me disse que acordou umas 3h
com ele berrando e com cheiro
de fumaça. Ele tentou correr
até o quarto do neto, mas no
corredor teve de recuar porque
o fogo já estava forte", relatou
Abelha. "Ele tentou então entrar no quarto pela varanda,
mas tinha muitas labaredas e
não dava para chegar perto."
Sem conseguir tirar o neto do
quarto, Paulo Salles chamou os
bombeiros e pediu socorro a familiares que moram perto.
Bombeiros dos quartéis de Copacabana e do Humaitá foram
acionados às 3h30, mas não
conseguiram salvar a criança.
Só por volta das 6h eles encontraram o corpo do menino,
que estava próximo ao armário.
Estava coberto com pedaços de
gesso e de madeira. Segundo os
bombeiros, o menino pode ter
tentado entrar no armário para
fugir do fogo.
Parentes do menino se desesperaram. Um tio de Mateus,
Rafael Oliveira, que também
tentou resgatar o menino pela
varanda, foi atendido com intoxicação e liberado em seguida.
A mãe de Mateus, a advogada
Paula Salles, estava fora de casa
e, quando chegou, os bombeiros já estavam no local, segundo a família.
Os bombeiros disseram ainda não saber a causa do incêndio. O laudo da perícia só sairá
em 30 dias. A família também
disse não ter suspeitas. De
acordo com Abelha, o fogo começou no quarto do menino.
Ainda de acordo com o relato
do familiar, o único eletrodoméstico ligado no quarto de
Mateus era um ventilador.
"É hábito da nossa família,
assim como de muitas outras,
dar uma olhada nas crianças
antes de elas dormirem e estava tudo bem", disse Abelha.
A Polícia Civil vai abrir inquérito para investigar a morte
de Mateus. O caso foi registrado na 12ª DP. Familiares serão
chamados para prestar depoimento. Moravam no mesmo
apartamento o avô, a avó, Dalva
Salles, e a mãe do menino, que
não estava no local na hora do
incêndio. Como a mãe, os avós
também são advogados.
O menino foi enterrado no
fim da tarde de ontem, no Caju,
zona portuária do Rio, em cerimônia que reuniu cerca de 300
pessoas. Muito emocionada, a
mãe do menino foi amparada
por membros da família durante o velório e o enterro. O pai,
Vinícius Santana, passou mal e
foi sedado. "O caso foi muito
chocante, nossa família está
muito abalada", disse Abelha.
Vascaíno assíduo nos estádios, segundo familiares, Mateus foi enterrado com uma
bandeira sobre o caixão.
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