|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Má gestão explica problema, dizem engenheiros
DA REPORTAGEM LOCAL
Especialistas consultados
pela Folha afirmam que o problema dos buracos em São Paulo vai de falhas em contratos e
fiscalização a erros técnicos e
de uso de material.
Para eles, tapar as aberturas
que surgem não resolve a questão. A falta de planejamento de
uso para o piso, de monitoramento das condições do asfalto
e de fiscalização dos consertos
e serviços executados no solo
indicam que a questão é bem
mais complexa, dizem.
"Há enormes problemas de
gestão", diz o engenheiro Marcelo Rosemberg, ligado ao Sinaenco (Sindicato de Arquitetura e Engenharia) e ao Instituto de Engenharia. "O poder público contrata mal e fiscaliza
pior", diz ele, para quem a busca da administração por gastar
o mínimo possível impede que
melhorias sejam feitas com pequenos acréscimos de preço.
"Se a prefeitura selasse as
trincas antes que elas se expandissem e virassem buracos, a
manutenção seria bem mais
econômica", exemplifica Liedi
Bernucci, coordenadora do laboratório de pavimentação da
Escola Politécnica da USP.
Segundo ela, uma equipe deveria monitorar o asfalto e
manter um banco de dados que
permitisse realizar a prevenção. Para Liedi, é possível que o
custo desse sistema ficasse no
mesmo patamar do que é gasto
tapando buracos desorganizadamente.
A falta de planejamento é outro agravante. Segundo Rosemberg, boa parte do pavimento é
da década de 50, quando as
condições do tráfego eram outras. "Vias locais viraram grandes avenidas sem nenhuma
adaptação", afirma.
Até remendos bem feitos reduziriam custos, já que duram
de um a dois anos. "Erros de
material ou técnicos fazem buracos serem reabertos em pouco tempo", diz Liedi.
Texto Anterior: Mesmo avisada, prefeitura não tapa buraco Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: Pena Branca e Xavantinho Índice
|