São Paulo, quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

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Má gestão explica problema, dizem engenheiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Especialistas consultados pela Folha afirmam que o problema dos buracos em São Paulo vai de falhas em contratos e fiscalização a erros técnicos e de uso de material.
Para eles, tapar as aberturas que surgem não resolve a questão. A falta de planejamento de uso para o piso, de monitoramento das condições do asfalto e de fiscalização dos consertos e serviços executados no solo indicam que a questão é bem mais complexa, dizem.
"Há enormes problemas de gestão", diz o engenheiro Marcelo Rosemberg, ligado ao Sinaenco (Sindicato de Arquitetura e Engenharia) e ao Instituto de Engenharia. "O poder público contrata mal e fiscaliza pior", diz ele, para quem a busca da administração por gastar o mínimo possível impede que melhorias sejam feitas com pequenos acréscimos de preço.
"Se a prefeitura selasse as trincas antes que elas se expandissem e virassem buracos, a manutenção seria bem mais econômica", exemplifica Liedi Bernucci, coordenadora do laboratório de pavimentação da Escola Politécnica da USP.
Segundo ela, uma equipe deveria monitorar o asfalto e manter um banco de dados que permitisse realizar a prevenção. Para Liedi, é possível que o custo desse sistema ficasse no mesmo patamar do que é gasto tapando buracos desorganizadamente.
A falta de planejamento é outro agravante. Segundo Rosemberg, boa parte do pavimento é da década de 50, quando as condições do tráfego eram outras. "Vias locais viraram grandes avenidas sem nenhuma adaptação", afirma.
Até remendos bem feitos reduziriam custos, já que duram de um a dois anos. "Erros de material ou técnicos fazem buracos serem reabertos em pouco tempo", diz Liedi.


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