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INFÂNCIA
26 bebês já morreram neste ano em maternidade do Amapá
ESTELITA HASS CARAZZAI
DA AGÊNCIA FOLHA
A única maternidade pública do Amapá, o Hospital
da Mulher Mãe Luzia, em
Macapá, registrou desde o
início deste ano 26 mortes de
recém-nascidos. Apenas no
último final de semana, entre sexta e segunda-feira, nove bebês morreram.
O número supera em muito a média de mortes por mês
na maternidade. No ano passado, sete bebês morreram a
cada mês -só em janeiro, foram 14 mortes.
Segundo a Secretaria da
Saúde do Estado, responsável pela administração da
maternidade, a maioria dos
bebês mortos nasceu prematura e teve complicações que
levaram à morte. O órgão
não trabalha com a hipótese
de infecção.
O número de prematuros
no Estado, diz a diretora clínica da maternidade, Nice
Carvalho da Silva, é elevado
devido à falta de atendimento pré-natal. "A gente descobre o problema na porta do
hospital", diz.
Segundo a diretora, eventos como esses, em que um
grande número de bebês
morre, são "esporádicos".
"Vira e mexe, acontece."
O índice de mortalidade
neonatal no Amapá é de 27,5
a cada mil nascidos vivos
-bem acima da média brasileira, de 13,9 por mil.
A diretora da maternidade
afirma que nenhuma das
mortes teve como fator causador a estrutura do hospital,
embora critique a falta de investimentos. "São muitas
crianças para leitos e equipamentos insuficientes", diz.
Para o secretário-adjunto
da Saúde do Amapá, Ronaldo
Dantas, embora o número de
leitos de UTI neonatal siga a
recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), seriam necessários mais
deles, devido ao grande número de prematuros.
Uma nova maternidade
pública deveria ter sido inaugurada no início de 2009 em
Macapá, mas a obra está parada devido a irregularidades
na licitação. O secretário-adjunto diz ainda que a mortalidade infantil no Estado caiu
1,6% entre 2008 e 2009.
Em junho de 2008, em outro Estado do Norte, o Pará,
morreram 30 bebês na Santa
Casa de Belém. Na época, a
Secretaria da Saúde apontou
problemas de superlotação e
falta de acompanhamento
pré-natal como fatores preponderantes para as mortes.
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