São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2010

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Empresa aérea informará aperto de poltrona

Em até um ano, passageiro conhecerá distância entre assentos ao comprar o bilhete; norma da Anac vale para companhias brasileiras

Classificação irá de "A" (maior distância) a "E" (menor); estão dispensados da regra voos em aeronaves com menos de 20 assentos

JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em até um ano, quem comprar uma passagem aérea de uma companhia brasileira saberá, na hora de escolher o voo, o espaço disponível entre a sua poltrona e a da frente.
A indicação do espaço útil para o passageiro será feita por meio de uma etiqueta que classificará a aeronave utilizada em cinco tipos, de "A" (maior distância) a "E" (menor).
A classificação foi apresentada ontem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), quase três anos depois de o governo ter incluído a exigência de que as companhias aéreas ofereçam um espaço maior para os passageiros nos aviões. Agora, com a etiqueta, o passageiro poderá escolher entre as aeronaves com melhores poltronas para voar e privilegiar voos mais confortáveis.
A classificação é obrigatória para todas as companhias brasileiras que operam voos regulares com mais de 20 assentos, sejam trajetos nacionais ou internacionais. Haverá multa para as que não se adaptarem.
A etiqueta "A" indicará distância entre as poltronas -medida entre a almofada de apoio das costas de um assento e o assento da frente- maior que 73 cm. A "E", o espaço menor que 67 cm. Todas as medidas se referem à classe econômica.
De acordo com a agência, uma medição feita em 2009 indicou que as principais companhias operavam aviões com distâncias entre 55,7 e 78 cm. A medida glúteo-joelho dos brasileiros, na média, fica entre 55 e 65 cm, ainda segundo a Anac.
A agência afirmou que não sabe ainda quantas aeronaves ganharão o selo de melhor espaço, mas que devem ser poucas as tipo "A". As companhias terão seis meses para apresentar a medição à Anac.
Em 2007, o ministro Nelson Jobim (Defesa) disse que ele, com 1,90 m de altura, tinha "dificuldades para sentar nos voos de qualquer empresa" e declarou ter determinado a regulamentação do assunto ao Conac (Conselho Nacional da Aviação Civil). Ele foi criticado cinco dias depois pelo então presidente da Anac, Milton Zuanazzi, que disse que a ampliação beneficiaria só 5% dos usuários e aumentaria os preços.

Empresas
A reportagem questionou três empresas sobre as distâncias praticadas. A Azul afirmou que a distância entre suas poltronas é de 79 cm, chegando a 86 cm nas primeiras fileiras.
A Gol informou que segue a legislação e os padrões de segurança internacionais.
A TAM declarou que suas aeronaves seguem "os padrões internacionais das empresas que prezam pela qualidade de serviço", mas não informou a distância entre as poltronas.
A legislação atual apenas determina que a aeronave possa ser esvaziada em 90 segundos no caso de alguma emergência, sem determinar espaços, de acordo com a Anac.


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