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Empresa aérea informará aperto de poltrona
Em até um ano, passageiro conhecerá distância entre assentos ao comprar o bilhete; norma da Anac vale para companhias brasileiras
Classificação irá de "A" (maior distância) a "E" (menor); estão dispensados da regra voos em aeronaves com menos de 20 assentos
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em até um ano, quem comprar uma passagem aérea de
uma companhia brasileira saberá, na hora de escolher o voo,
o espaço disponível entre a sua
poltrona e a da frente.
A indicação do espaço útil para o passageiro será feita por
meio de uma etiqueta que classificará a aeronave utilizada em
cinco tipos, de "A" (maior distância) a "E" (menor).
A classificação foi apresentada ontem pela Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil),
quase três anos depois de o governo ter incluído a exigência
de que as companhias aéreas
ofereçam um espaço maior para os passageiros nos aviões.
Agora, com a etiqueta, o passageiro poderá escolher entre as
aeronaves com melhores poltronas para voar e privilegiar
voos mais confortáveis.
A classificação é obrigatória
para todas as companhias brasileiras que operam voos regulares com mais de 20 assentos,
sejam trajetos nacionais ou internacionais. Haverá multa para as que não se adaptarem.
A etiqueta "A" indicará distância entre as poltronas -medida entre a almofada de apoio
das costas de um assento e o assento da frente- maior que 73
cm. A "E", o espaço menor que
67 cm. Todas as medidas se referem à classe econômica.
De acordo com a agência,
uma medição feita em 2009 indicou que as principais companhias operavam aviões com
distâncias entre 55,7 e 78 cm. A
medida glúteo-joelho dos brasileiros, na média, fica entre 55
e 65 cm, ainda segundo a Anac.
A agência afirmou que não
sabe ainda quantas aeronaves
ganharão o selo de melhor espaço, mas que devem ser poucas as tipo "A". As companhias
terão seis meses para apresentar a medição à Anac.
Em 2007, o ministro Nelson
Jobim (Defesa) disse que ele,
com 1,90 m de altura, tinha "dificuldades para sentar nos voos
de qualquer empresa" e declarou ter determinado a regulamentação do assunto ao Conac
(Conselho Nacional da Aviação
Civil). Ele foi criticado cinco
dias depois pelo então presidente da Anac, Milton Zuanazzi, que disse que a ampliação
beneficiaria só 5% dos usuários
e aumentaria os preços.
Empresas
A reportagem questionou
três empresas sobre as distâncias praticadas. A Azul afirmou
que a distância entre suas poltronas é de 79 cm, chegando a
86 cm nas primeiras fileiras.
A Gol informou que segue a
legislação e os padrões de segurança internacionais.
A TAM declarou que suas aeronaves seguem "os padrões internacionais das empresas que
prezam pela qualidade de serviço", mas não informou a distância entre as poltronas.
A legislação atual apenas determina que a aeronave possa
ser esvaziada em 90 segundos
no caso de alguma emergência,
sem determinar espaços, de
acordo com a Anac.
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