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Preso suposto líder de gangue
que ameaçava infectar com HIV
MARCELO GODOY
da Reportagem Local
A polícia prendeu Francisco Luiz
Ferreira Picerni, 19, o "Chicão".
Ele é acusado de liderar uma quadrilha de ladrões de apartamento
em São Paulo que ameaçava infectar suas vítimas com o vírus HIV
(causador da Aids).
Suspeito de roubar o deputado
estadual Erasmo Dias (PPB), o
preso foi reconhecido por quatro
outras pessoas. "Ele é um velho
conhecido", disse o delegado Marcelo Teixeira, 35, da Delegacia de
Roubos. Picerni negou as acusações aos depor e se disse vítima de
uma perseguição da polícia.
Desde 1996 ele é preso pela Delegacia de Roubos. Em janeiro daquele ano, ainda adolescente, foi
detido e acusado de participar de
uma quadrilha que roubava casas
e fazia roleta-russa com as vítimas
em Perdizes (zona noroeste).
Pouco tempo depois, o rapaz
deixou a Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor). Em
outubro do mesmo ano, Picerni e
outros teriam assaltado a casa do
advogado Hélio Falchi, 75, no
Itaim Bibi (zona noroeste).
Esse roubo ficou famoso porque
os ladrões jogaram álcool em Falchi, em sua mulher e em dois empregados da casa e atearam fogo.
O advogado sofreu queimaduras
graves e ficou seis meses internado. Os outros só não se queimaram porque o carpete tinha tratamento antichamas, o que impediu
a propagação do fogo.
Essa foi a última vez que Picerni
foi detido ainda adolescente. No
ano passado, ele fugiu da Febem.
Já com 18 anos, teria participado
do roubo ao apartamento da procuradora aposentada Jeanete Tamara Praude, 52, amiga do deputado estadual Erasmo Dias, que
também foi rendido pelos ladrões.
O crime aconteceu em novembro passado nos Jardins (zona sudoeste). Os assaltantes ameaçaram
estuprar e infectar as duas filhas da
procuradora com o vírus HIV
(causador da Aids).
A quadrilha levou R$ 100 mil em
jóias. Na semana passada, o deputado não reconheceu o acusado
por meio de fotos. "Ele não tinha
condições de reconhecer o preso
porque os ladrões usaram meias
de náilon na cabeça durante o roubo", disse o delegado.
Segundo ele, a "ameaça sádica"
contra as filhas da procuradora fez
a polícia suspeitar de Picerni. Uma
semana depois desse roubo, houve
outro com ameaça de estupro com
HIV. Dessa vez, a vítima foi o procurador da Assembléia Legislativa
Benedito Luiz Franco, 54.
Reconhecimento
Franco reconheceu na delegacia
Picerni como sendo um dos ladrões que invadiram seu apartamento. Além dele, três outras vítimas reconheceram o preso.
Todas foram assaltadas em 17 de
fevereiro, quando um grupo roubou um Ômega na Barra Funda
(zona noroeste), um apartamento,
um BMW e um Honda Civic em
Moema (zona sudoeste) e uma
S-10 e um apartamento em Pinheiros (zona sudoeste).
Naquele dia, após um tiroteio
em Pinheiros, a PM prendeu Fernando Canazza, 20, também acusado de participar dos roubos. A
polícia procurou Picerni até prendê-lo quando ele visitava a namorada no Sumaré (zona noroeste).
A Justiça decretou a prisão temporária do acusado pelos quatro
roubos em que foi reconhecido.
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