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SAÚDE
Com a descoberta de cientistas da Europa e dos EUA, médicos podem vir a desenvolver teste para detectar doença
Equipes identificam vírus causador da pneumonia asiática
DA REUTERS
Cientistas norte-americanos e
europeus afirmaram ontem terem identificado o vírus por trás
da pneumonia asiática, que está
se espalhando pelo mundo.
O novo coronavírus, parente de
um dos muitos que causam o resfriado, como já se suspeitava, está
infectando humanos pela primeira vez, relataram dois grupos de
pesquisadores no "New England
Journal of Medicine".
Com a descoberta, os médicos
podem se concentrar agora no desenvolvimento de um teste que irá
indicar se o paciente tem a doença, também conhecida como Sars
(sigla em inglês para síndrome
respiratória aguda grave).
A Sars, que se espalhou pelo
mundo por meio de viajantes,
matou até ontem 111 pessoas e infectou 2.781, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Num dos estudos, Larry Anderson e colegas do CDC (Centros
para Controle e Prevenção de
Doenças, dos EUA) testaram
amostras de pacientes com Sars
de seis países.
"Dezenove pacientes com Sars
foram identificados como infectados com o novo coronavírus. Todos têm relação direta ou indireta
com a epidemia da doença respiratória em Hong Kong e em Cantão (Guangdong), na China", afirmaram os pesquisadores.
"Um coronavírus com sequências genéticas idênticas também
foi detectado no Canadá."
Homenagem
Os cientistas defendem que o
novo vírus ganhe o nome do médico Carlo Urbani, da Organização Mundial da Saúde (OMS),
que morreu no mês passado depois de tratar um dos primeiros
pacientes infectados no Vietnã.
"Nós sugerimos que o vírus seja
chamado de coronavírus Urbani
Sars-associado", escreveram na
revista médica.
A CDC está analisando a sequência de DNA do vírus, o que
poderá dizer sua origem. "Certamente a doença não circulou amplamente entre humanos."
Ninguém que tenha sido testado e que não tinha a doença apresentou anticorpos do vírus, sugerindo que ele seja novo e que ninguém tenha sido exposto antes.
Num segundo estudo, o médico
Christian Drosten, da Alemanha,
e outros pesquisadores europeus
também identificaram o vírus.
Todos os 18 pacientes com a
Sars estudados tinham o vírus,
enquanto nenhuma das pessoas
saudáveis o tinha. O vírus estava
em 23% dos casos suspeitos.
No Brasil, o Ministério da Saúde
decidiu repassar aos 36 hospitais
de referência verbas extras para
compensar gastos no processo de
preparação para atender eventuais pacientes com suspeita de
Sars. O valor deve ser definido até
a próxima semana. Os gastos
emergenciais têm sido com material, remédios e treinamento.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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