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São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

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SAÚDE

Com a descoberta de cientistas da Europa e dos EUA, médicos podem vir a desenvolver teste para detectar doença

Equipes identificam vírus causador da pneumonia asiática

DA REUTERS

Cientistas norte-americanos e europeus afirmaram ontem terem identificado o vírus por trás da pneumonia asiática, que está se espalhando pelo mundo.
O novo coronavírus, parente de um dos muitos que causam o resfriado, como já se suspeitava, está infectando humanos pela primeira vez, relataram dois grupos de pesquisadores no "New England Journal of Medicine".
Com a descoberta, os médicos podem se concentrar agora no desenvolvimento de um teste que irá indicar se o paciente tem a doença, também conhecida como Sars (sigla em inglês para síndrome respiratória aguda grave).
A Sars, que se espalhou pelo mundo por meio de viajantes, matou até ontem 111 pessoas e infectou 2.781, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Num dos estudos, Larry Anderson e colegas do CDC (Centros para Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA) testaram amostras de pacientes com Sars de seis países.
"Dezenove pacientes com Sars foram identificados como infectados com o novo coronavírus. Todos têm relação direta ou indireta com a epidemia da doença respiratória em Hong Kong e em Cantão (Guangdong), na China", afirmaram os pesquisadores.
"Um coronavírus com sequências genéticas idênticas também foi detectado no Canadá."

Homenagem
Os cientistas defendem que o novo vírus ganhe o nome do médico Carlo Urbani, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que morreu no mês passado depois de tratar um dos primeiros pacientes infectados no Vietnã.
"Nós sugerimos que o vírus seja chamado de coronavírus Urbani Sars-associado", escreveram na revista médica.
A CDC está analisando a sequência de DNA do vírus, o que poderá dizer sua origem. "Certamente a doença não circulou amplamente entre humanos."
Ninguém que tenha sido testado e que não tinha a doença apresentou anticorpos do vírus, sugerindo que ele seja novo e que ninguém tenha sido exposto antes.
Num segundo estudo, o médico Christian Drosten, da Alemanha, e outros pesquisadores europeus também identificaram o vírus.
Todos os 18 pacientes com a Sars estudados tinham o vírus, enquanto nenhuma das pessoas saudáveis o tinha. O vírus estava em 23% dos casos suspeitos.
No Brasil, o Ministério da Saúde decidiu repassar aos 36 hospitais de referência verbas extras para compensar gastos no processo de preparação para atender eventuais pacientes com suspeita de Sars. O valor deve ser definido até a próxima semana. Os gastos emergenciais têm sido com material, remédios e treinamento.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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