São Paulo, domingo, 11 de abril de 2004

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TRANSPORTE

Máquinas de venda de passagens foram desativadas em março

Aumenta fila na bilheteria do metrô

DO "AGORA"

São 18h30 da segunda-feira. Pelo menos, 60 pessoas aguardam para ser atendidas em uma das três bilheterias da estação Barra Funda (zona oeste) do metrô. A espera é, em média, de seis minutos -o dobro do tempo considerado aceitável, segundo padrões estabelecidos pelo sistema de controle de qualidade do Metrô.
Que filas existem nas bilheterias não é novidade. Agora, o que poucos sabem é que elas aumentaram no último mês. O motivo é a desativação das máquinas de venda de bilhetes em março, o que obrigou os usuários a recorrerem aos guichês.
O Metrô calcula que, com a interrupção no funcionamento das máquinas, cerca de 50 mil pessoas por dia voltaram a procurar as bilheterias -um aumento de 14%.
A reportagem acompanhou na última semana o atendimento em 11 estações do metrô em horários de pico para verificar o impacto dessa mudança. Resultado: em quatro estações (Sé, Barra Funda, Corinthians-Itaquera e Paraíso), o tempo de espera nas filas extrapolou a marca de três minutos, outras quatro (República, Tietê, Jabaquara e Anhangabaú) ficaram dentro desta média, e o restante (Santana, Tatuapé e Artur Alvim) apresentou desempenho acima dos padrões exigidos.
A pior situação foi verificada nas estações Paraíso e Corinthians-Itaquera, com um tempo médio de espera de seis minutos. A menor fila foi encontrada em Santana e Artur Alvim -espera de até um minuto.
Outro fator que contribui para a demora no atendimento e irrita os usuários é a existência de guichês fechados mesmo nos horários de maior movimento. Na Barra Funda, por exemplo, de oito bilheterias, apenas três estavam abertas por volta das 18h30 da segunda.
"Se desativaram as máquinas, deveriam ter aumentado o número de bilheterias abertas", disse a estudante Suelen Gualda, 21.
Das 11 estações avaliadas pela reportagem, apenas três estavam com todos os guichês abertos na momento da visita. Segundo o Metrô, as máquinas eram responsáveis por 30% da venda de bilhetes -o equivalente a 1,4 milhão por mês. Esse percentual chegou a 4% em fevereiro passado.
O metrô atendia, em média, cerca de 350 mil pessoas por dia nas bilheterias. Hoje estima-se que sejam aproximadamente 400 mil.


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