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País não atinge mínimo de leitos
DA REPORTAGEM LOCAL
Por causa de déficits regionalizados, o Brasil ainda não atingiu o
percentual mínimo de leitos de
UTI para o total de vagas na rede
hospitalar, mas está perto disso.
Segundo a última avaliação do
Ministério da Saúde, de maio de
2003 até março deste ano houve
uma expansão de 10.235 leitos no
país, totalizando em março 21.528
vagas, acima do mínimo calculado como necessário, 17.911.
O percentual mínimo de leitos
de UTI sobre o total de vagas da
rede, definido em 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), é de 4%. Em maio de
2003, depois de FHC ter deixado o
cargo, o percentual era de 2,06%.
Hoje, em média, 3,74% dos leitos são de UTI no país. A situação
é pior no Norte e Nordeste. No Estado mais deficitário, Rondônia, o
percentual é de 1,05%. Em Roraima e na Bahia, 1,63% e 1,84%, respectivamente .
Segundo Arthur Chioro, diretor
do Departamento de Atenção Especializada do ministério, a preocupação agora não é mais expandir leitos nacionalmente, mas
concentrar esforços no Norte e no
Nordeste e melhorar o aproveitamento das vagas.
A média nacional de ocupação
de leitos de UTI, segundo ele, está
em torno de 60%, o que demonstraria a ociosidade em algumas
regiões -e problema na organização do uso das vagas.
Ele reconhece a dificuldade para
encontrar pessoal capacitado para ativar os leitos e diz que a pasta
está desenvolvendo políticas de
capacitação de médicos dessas regiões. Segundo Chioro, o setor da
medicina intensiva recebeu R$
124 milhões a mais do orçamento
da saúde desde 2003.
Má gestão
O ministério utiliza o exemplo
da cidade do Rio, sob intervenção
federal na rede hospitalar, para
demonstrar que também a má
gestão explica os problemas na
área de terapia intensiva. No hospital Miguel Couto, na zona sul,
dos 14 respiradores artificiais, 11
estavam quebrados e os três restantes estavam sem manutenção
desde setembro do ano passado,
por isso havia leitos desativados.
A Prefeitura do Rio tem dito que
os problemas nos hospitais sob
intervenção federal se deve à ausência de repasses da União.
(CC e FABIANE LEITE)
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