São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 2005

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País não atinge mínimo de leitos

DA REPORTAGEM LOCAL

Por causa de déficits regionalizados, o Brasil ainda não atingiu o percentual mínimo de leitos de UTI para o total de vagas na rede hospitalar, mas está perto disso.
Segundo a última avaliação do Ministério da Saúde, de maio de 2003 até março deste ano houve uma expansão de 10.235 leitos no país, totalizando em março 21.528 vagas, acima do mínimo calculado como necessário, 17.911.
O percentual mínimo de leitos de UTI sobre o total de vagas da rede, definido em 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), é de 4%. Em maio de 2003, depois de FHC ter deixado o cargo, o percentual era de 2,06%.
Hoje, em média, 3,74% dos leitos são de UTI no país. A situação é pior no Norte e Nordeste. No Estado mais deficitário, Rondônia, o percentual é de 1,05%. Em Roraima e na Bahia, 1,63% e 1,84%, respectivamente .
Segundo Arthur Chioro, diretor do Departamento de Atenção Especializada do ministério, a preocupação agora não é mais expandir leitos nacionalmente, mas concentrar esforços no Norte e no Nordeste e melhorar o aproveitamento das vagas.
A média nacional de ocupação de leitos de UTI, segundo ele, está em torno de 60%, o que demonstraria a ociosidade em algumas regiões -e problema na organização do uso das vagas.
Ele reconhece a dificuldade para encontrar pessoal capacitado para ativar os leitos e diz que a pasta está desenvolvendo políticas de capacitação de médicos dessas regiões. Segundo Chioro, o setor da medicina intensiva recebeu R$ 124 milhões a mais do orçamento da saúde desde 2003.

Má gestão
O ministério utiliza o exemplo da cidade do Rio, sob intervenção federal na rede hospitalar, para demonstrar que também a má gestão explica os problemas na área de terapia intensiva. No hospital Miguel Couto, na zona sul, dos 14 respiradores artificiais, 11 estavam quebrados e os três restantes estavam sem manutenção desde setembro do ano passado, por isso havia leitos desativados.
A Prefeitura do Rio tem dito que os problemas nos hospitais sob intervenção federal se deve à ausência de repasses da União.
(CC e FABIANE LEITE)


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