|
Texto Anterior | Índice
Sem-teto invadem mais um prédio na região central de SP
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de cerca de 200
sem-teto, incluindo crianças,
idosos e deficientes físicos, invadiu ontem à noite um prédio
na rua João Guimarães Rosa,
perto da praça Roosevelt -onde há uma base da Polícia Militar-, no centro de São Paulo.
Outros grupos planejavam
promover mais invasões na
madrugada de hoje em toda a
cidade. A polícia conseguiu impedir que um deles, com cerca
de 300 pessoas, invadisse um
terreno do INSS na rua Rangel
Pestana. A idéia era que a ocupação fosse simultânea à da
João Guimarães Rosa.
A primeira invasão foi às
23h40. Com marretas, os invasores tentavam arrombar a entrada do edifício, que, segundo
os sem-teto, pertenceria ao
BNH e estaria fechado há 20
anos. Um segurança do prédio
acabou abrindo a porta e, com
medo, deixou o local.
Os invasores ficaram no hall.
Nas janelas, hastearam bandeiras do movimento e do Brasil.
A polícia chegou dez minutos
depois da invasão. À 1h, os policiais entraram no prédio pelos
fundos e os invasores começaram a sair. À 1h07, todos já haviam deixado o local.
Segundo uma das líderes do
movimento, Veronica Kroll,
coordenadora da União Nacional por Moradia Popular, as invasões ocorreram em protesto
à decisão da prefeitura de suspender o pagamento de bolsa-aluguel e de ameaçar desapropriar um cortiço no Belém.
Já o grupo da Rangel Pestana, da Unificação das Lutas de
Cortiço, disse que a ação buscava pressionar a Caixa Econômica Federal a desapropriar a
área e lá construir 96 moradias.
Os atos ocorreram um dia depois de 400 sem-teto invadirem o edifício São Vito, na região central. Eles foram expulsos pela PM após confronto.
Pelo menos dez pessoas ficaram feridas. Ninguém foi preso.
Texto Anterior: Acordo: Paulista só terá três grandes eventos por ano Índice
|