São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2008

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Polícia espanhola apura morte de brasileira

Giselle Rocha de Lima, 27, morreu na segunda-feira ao cair de varanda do seu apartamento; ela estava na Espanha havia sete anos

A polícia deteve o espanhol Jordí Godía, com quem Giselle vivia, mas ele nega o crime; testemunhas relatam discussão entre os dois

BRENO COSTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A polícia espanhola investiga a morte da brasileira Giselle Rocha de Lima, 27, que caiu na noite de segunda-feira da varanda de um apartamento em Fraga, a 190 km de Barcelona. Uma das hipóteses é que ela tenha sido assassinada pelo namorado, o espanhol Jordí Godía, 28, após uma discussão. Godía morava com ela.
O namorado foi preso pela Guarda Civil espanhola logo após a queda da brasileira.
À polícia ele negou o crime. Segundo a mãe de Giselle, a técnica em enfermagem Carlinda Rocha de Lima, 47, a relação entre o casal era "tensa" e "conflituosa". A hipótese de acidente também está sendo investigada pelos policiais.
Até a tarde de ontem, Godía continuava preso para "averiguações" em Fraga, segundo a polícia. A Justiça espanhola decidiria pela prorrogação da prisão do espanhol ainda ontem, informou a Guarda Civil. Até o fechamento desta edição, não havia confirmação da decisão.
Giselle era rondoniense e vivia na Espanha havia sete anos -morou primeiro em Barcelona e, há um ano e meio, foi para Fraga. Ela não trabalhava.
A mãe da brasileira chegou ontem a Barcelona, onde mora a irmã. Elas iriam hoje para Lérida (34 km de Fraga), para liberar o corpo de Giselle e providenciar o traslado para o Brasil.
Carlinda disse que falou com o casal há dez dias. Eles se preparavam para vir ao Brasil pela primeira vez desde que Giselle viajou para a Europa. "Deus queira que o Jordí não tenha matado minha filha. Ele era tão bom para ela", disse. Apesar disso, ela afirmou acreditar na responsabilidade do espanhol.
Segundo a mãe, Giselle registrou pelo menos uma queixa na polícia por agressão. A Folha não conseguiu confirmar essa informação. Há cerca de três meses, diz Carlinda, sua filha passou a noite em um albergue depois de fugir do espanhol.
A polícia espanhola disse que testemunhas ouviram uma discussão entre os dois antes de Giselle cair da varanda, segundo a imprensa local. A mesma informação foi dada à Folha pela tia de Giselle, Celma Gomes, 45, a quem a polícia informou a morte da brasileira.
O cônsul-geral do Brasil em Barcelona, Marco Cesar Meira Naslausky, disse ter procurado a polícia de Fraga ao saber da morte de Giselle, mas não obteve informações porque o caso está sob segredo de Justiça.
O consulado afirmou que prestará "toda a assistência que se fizer necessária" à família.
Segundo Carlinda, a filha, natural de Ji-Paraná, foi para a Espanha em 2001 para procurar emprego. Giselle deixou um casal de filhos, de cinco e oito anos, que moram com a avó.


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