|
Texto Anterior | Índice
ITAGYBA KUHLMANN (1945-2009)
O "Braço de Pedra" de Embu das Artes
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Há algo comum entre os
Kuhlmann: a enxaqueca. Tão
comum que o poeta Itagyba
nunca pensou que a dor de
cabeça que sentia pudesse
indicar um problema grave.
Filho de um botânico,
Itagyba Kuhlmann -assim
como seus irmãos Ubirajara
e Iracema- ganhou nome
indígena. Em tupi, "ita" é
"pedra", e "gyba", "braço".
Itagyba, o Braço de Pedra,
assim como o pai, também
virou fã de nomes de índio.
Quando um dos filhos nasceu de sete meses, meteu-se
a pesquisar significados e
chamou o garoto de Yurê,
"aquele que veio mais cedo".
Quando ele mesmo fez o
parto de outro filho, ficou tão
emocionado que decidiu dar
o próprio nome para o garoto. Seus seis filhos do segundo casamento são Ubiratan,
Uirá, Yurê, Itagyba, Mayra e
Iberê. Do primeiro casamento, teve Maurício.
Na chácara que o pai deixou, criou coelhos e, logo na
primeira ninhada, ganhou
um prêmio como criador.
Depois aventurou-se como padeiro. Foi ainda poeta,
webdesigner e colunista de
jornais em Embu das Artes
(SP), onde escreveu, com humor, sobre política. Era funcionário da Secretaria da
Cultura da cidade. Há poucos
dias, descobriu um tumor na
cabeça. Morreu sábado, 4,
aos 63. Deixa sete filhos -o
quinto neto está para nascer.
obituario@grupofolha.com.br
Texto Anterior: Mortes Índice
|