São Paulo, sábado, 11 de abril de 2009

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ITAGYBA KUHLMANN (1945-2009)

O "Braço de Pedra" de Embu das Artes

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há algo comum entre os Kuhlmann: a enxaqueca. Tão comum que o poeta Itagyba nunca pensou que a dor de cabeça que sentia pudesse indicar um problema grave.
Filho de um botânico, Itagyba Kuhlmann -assim como seus irmãos Ubirajara e Iracema- ganhou nome indígena. Em tupi, "ita" é "pedra", e "gyba", "braço".
Itagyba, o Braço de Pedra, assim como o pai, também virou fã de nomes de índio. Quando um dos filhos nasceu de sete meses, meteu-se a pesquisar significados e chamou o garoto de Yurê, "aquele que veio mais cedo".
Quando ele mesmo fez o parto de outro filho, ficou tão emocionado que decidiu dar o próprio nome para o garoto. Seus seis filhos do segundo casamento são Ubiratan, Uirá, Yurê, Itagyba, Mayra e Iberê. Do primeiro casamento, teve Maurício.
Na chácara que o pai deixou, criou coelhos e, logo na primeira ninhada, ganhou um prêmio como criador.
Depois aventurou-se como padeiro. Foi ainda poeta, webdesigner e colunista de jornais em Embu das Artes (SP), onde escreveu, com humor, sobre política. Era funcionário da Secretaria da Cultura da cidade. Há poucos dias, descobriu um tumor na cabeça. Morreu sábado, 4, aos 63. Deixa sete filhos -o quinto neto está para nascer.

obituario@grupofolha.com.br


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