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SEGURANÇA
Operação teve início em janeiro, após a explosão de casos de roubos de laptops; para policiais, maleta é chamariz
Ação da polícia inclui disfarce de executivo
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de roubos de laptop
nos arredores da avenida Luís
Carlos Berrini levou a polícia de
São Paulo a trabalhar com homens disfarçados para surpreender as quadrilhas em ação.
""Tenho investigadores fazendo
ronda diária com terno e gravata e
carregando as pastas de laptop
nas mãos", afirma o delegado
Márcio Luiz Moraes Barros de
Campos, do 96º DP (Brooklin).
A Polícia Militar também distribuiu seu efetivo sem farda pela
avenida, além de reforçar a ronda
nas ruas que estão entre a Berrini
e a avenida Nações Unidas -os
principais focos dos assaltantes.
Os ladrões atacam nos semáforos e no trajeto entre o ponto de
ônibus, que empresas contratam
para transporte de seus funcionários, e as sedes dos escritórios.
A infiltração de policiais começou a ser feita em janeiro, após explosão dos casos, que vinham
sendo registrados esporadicamente desde julho de 2001.
""Há um verdadeiro desfile de
pessoas com laptops em determinados horários, como na entrada
e saída dos funcionários", afirma
o capitão Salvador Modesto Madia, 39, responsável pela região.
O capitão mapeou as ocorrências e visitou as empresas para saber em quais circunstâncias as vítimas tinham sido atacadas.
O resultado do planejamento
feito em seguida começa a aparecer: nos últimos trinta dias, dois
grupos que agiam na avenida Luís
Carlos Berrini começaram a ser
desarticulados, em ações que envolveram até tiroteio na rua.
Além dos 48 casos de janeiro
deste ano, foram registrados mais
22 em abril e sete casos de maletas
de laptop levadas e que não tinham o equipamento -o que
comprova, para a polícia, que as
bolsas são um chamariz.
""Acredito que as prisões de abril
terão impacto sobre os números
de casos neste mês", diz o capitão.
O analista de sistema R.D.M.,
30, que não quer ter o nome revelado, foi abordado por um ladrão
quando entrava no carro, na rua
Sansão Alves dos Santos, nas imediações da Berrini, há um mês.
O assaltante, que fingiu estar armado, parou sua moto perto da
calçada, pegou a maleta do laptop
da vítima e se preparava para fugir quando PMs apareceram.
Eram 20h, horário em que ainda
havia movimento de saída de funcionários das empresas.
Outro motoqueiro que dava cobertura ao ladrão passou a tempo
de ajudá-lo a fugir. Dias depois, a
polícia chegou a um deles a partir
da moto abandonada no local.
No dia 29, três rapazes foram
surpreendidos perto da Berrini
por homens armados, atraídos
pelas bolsas de laptop que eles
carregavam e que não tinham
computadores no interior.
Na fuga, os ladrões trocaram tiros com a PM e um deles acabou
baleado no braço.
Agora, a polícia tenta apoio da
comunidade para reduzir o número de vítimas. Tem orientado
as pessoas a não carregar as bolsas
que identificam os laptops.
Um panfleto com orientações,
que a Folha reproduz parcialmente, deve ser distribuído em
breve nas empresas, logo que for
fechada parceria com a iniciativa
privada.
(ALESSANDRO SILVA)
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