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HISTÓRIA
Subsolo do Pátio do Colégio, no centro de São Paulo, é mapeado com ajuda de radares para facilitar escavação arqueológica
Pesquisadores buscam poço de Anchieta
DA REPORTAGEM LOCAL
"Tem cerca cheia de frutos da
terra e marmelos, rosas, cravinas
etc, e no claustro um poço de boa
água." Foi essa descrição, presente em uma carta escrita em 1585
pelo padre José de Anchieta
(1534-1597), que deu a base da
mais recente pesquisa arqueológica de São Paulo. Em busca do
referido poço, uma equipe formada por três geofísicos, uma arqueóloga e uma historiadora deram início a um trabalho de rastreamento do subsolo do Pátio do
Colégio, no centro da cidade.
O rastreamento, feito por um
radar de penetração de solo, foi
concluído ontem, após outras três
sessões em abril e no início deste
mês. A pesquisa irá indicar em
que pontos do terreno é mais provável que esteja o poço.
"O radar mede pulsos eletromagnéticos de alta freqüência, de
modo que a gente consegue "enxergar" o subsolo", afirma a geofísica Jamile Dehaini. Segundo ela,
a análise dos dados coletados pelo
radar deve ser concluída em aproximadamente duas semanas.
A meta da historiadora Nina
Lomônaco, curadora do museu
do Pátio do Colégio, é divulgar essas informações até o dia 9 de junho, data da morte de Anchieta, e,
a partir daí, elaborar o cronograma e o orçamento das escavações.
Dehaini, que é proprietária da
empresa Hidrogeofísica, preferiu
não informar o custo do rastreamento por radar. O trabalho está
sendo financiado pela Associação
Comercial de São Paulo, que também patrocinou a vinda ao Brasil
das cartas do padre José de Anchieta, guardadas no Vaticano.
Segundo Lomônaco, a carta de
Anchieta indica que o poço ficava
próximo ao claustro, que, por sua
vez, era perto do local onde, hoje,
funciona o café do museu.
(AMARÍLIS LAGE)
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