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URBANISMO
266 residências de Ribeirão Bonito, no interior de SP, estão ameaçadas desde janeiro; 3 já foram interditadas
Buraco de 100 m ameaça casas da CDHU
MARIA FERNANDA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Um buraco de 100 metros de extensão e 15 de profundidade já
causou a destruição de uma casa e
ameaça outras 266 em Ribeirão
Bonito, a 262 km de SP.
A cratera põe em risco as casas,
construídas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), desde janeiro
deste ano. Para que ela fosse tapada, seriam necessários dois mil
caminhões de terra.
As casas populares foram inauguradas em 1996 no bairro Malvina. No começo de fevereiro, três
famílias foram retiradas do local e
tiveram as suas casas interditadas
porque corriam o risco de desabar. Em uma delas, só sobrou o
quarto e a cozinha. A CDHU está
pagando aluguéis para essas famílias em outros bairros.
Segundo o gerente de ação da
regional da CDHU de Araraquara, Waldomiro Antonio Bueno, a
obra de tapar todo o buraco, consertar a tubulação de esgoto e refazer o asfalto que ali existia está
orçada em R$ 2,4 milhões. O valor
será dividido entre o órgão estadual e a Defesa Civil.
Bueno disse que o buraco surgiu devido a um problema no sistema de drenagem para escoar as
águas das chuvas. Por causa da
cratera, o sistema de esgoto está a
céu aberto.
Segundo o gerente, se a prefeitura tivesse feito a manutenção
correta do local, isso não teria
acontecido. "A água pára no meio
do caminho."
Estado de emergência
Na segunda-feira, o prefeito de
Ribeirão Bonito, Rubens Gayoso
Júnior (PPS), decretou estado de
emergência no local. O vice-prefeito, Paulo Antonio Gobato Veiga (PPS), afirmou que a culpa do
buraco é da CDHU, que não fez
no local a infra-estrutura de forma correta.
"Nem se o buraco tivesse sido
causado por um erro nosso [prefeitura] teríamos dinheiro para
arrumar", disse Veiga.
O Orçamento de Ribeirão Bonito neste ano é de R$ 12 milhões.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a
população é de 12 mil habitantes.
Ação popular
Há um mês, os moradores entraram com uma ação popular
contra o CDHU e a prefeitura, segundo o aposentado Carlos Alberto da Silva, 38. A juíza Gabriela
Atanásio determinou que um perito vá até o local e apresente um
laudo com os prejuízos causados
pela erosão. O documento, segundo a CDHU, deve ser entregue até
12 de junho, data em que está
marcada também uma reunião
entre a prefeitura, a companhia e
os mutuários.
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