São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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URBANISMO

266 residências de Ribeirão Bonito, no interior de SP, estão ameaçadas desde janeiro; 3 já foram interditadas

Buraco de 100 m ameaça casas da CDHU

MARIA FERNANDA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Um buraco de 100 metros de extensão e 15 de profundidade já causou a destruição de uma casa e ameaça outras 266 em Ribeirão Bonito, a 262 km de SP.
A cratera põe em risco as casas, construídas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), desde janeiro deste ano. Para que ela fosse tapada, seriam necessários dois mil caminhões de terra.
As casas populares foram inauguradas em 1996 no bairro Malvina. No começo de fevereiro, três famílias foram retiradas do local e tiveram as suas casas interditadas porque corriam o risco de desabar. Em uma delas, só sobrou o quarto e a cozinha. A CDHU está pagando aluguéis para essas famílias em outros bairros.
Segundo o gerente de ação da regional da CDHU de Araraquara, Waldomiro Antonio Bueno, a obra de tapar todo o buraco, consertar a tubulação de esgoto e refazer o asfalto que ali existia está orçada em R$ 2,4 milhões. O valor será dividido entre o órgão estadual e a Defesa Civil.
Bueno disse que o buraco surgiu devido a um problema no sistema de drenagem para escoar as águas das chuvas. Por causa da cratera, o sistema de esgoto está a céu aberto.
Segundo o gerente, se a prefeitura tivesse feito a manutenção correta do local, isso não teria acontecido. "A água pára no meio do caminho."

Estado de emergência
Na segunda-feira, o prefeito de Ribeirão Bonito, Rubens Gayoso Júnior (PPS), decretou estado de emergência no local. O vice-prefeito, Paulo Antonio Gobato Veiga (PPS), afirmou que a culpa do buraco é da CDHU, que não fez no local a infra-estrutura de forma correta.
"Nem se o buraco tivesse sido causado por um erro nosso [prefeitura] teríamos dinheiro para arrumar", disse Veiga.
O Orçamento de Ribeirão Bonito neste ano é de R$ 12 milhões. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população é de 12 mil habitantes.

Ação popular
Há um mês, os moradores entraram com uma ação popular contra o CDHU e a prefeitura, segundo o aposentado Carlos Alberto da Silva, 38. A juíza Gabriela Atanásio determinou que um perito vá até o local e apresente um laudo com os prejuízos causados pela erosão. O documento, segundo a CDHU, deve ser entregue até 12 de junho, data em que está marcada também uma reunião entre a prefeitura, a companhia e os mutuários.


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