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MEDICINA PRIVADA
Operadoras reduzem custos ao monitorar, por telefone e com visitas domiciliares, clientes com doenças crônicas
Planos de saúde criam "babá" de paciente
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Operadoras de saúde e de auto-gestão estão conseguindo reduzir
custos por meio do monitoramento de doentes crônicos, como
diabéticos, hipertensos e cardiopatas. Esses pacientes representam 10% dos 40 milhões de usuários de planos de saúde no país e
são responsáveis por 45% dos
custos das operadoras.
Os doentes crônicos gastam em
média R$ 10 mil por ano com médicos, exames laboratoriais, prontos-socorros e internações. Uma
pessoa considerada saudável custa, em média, R$ 300 por ano às
operadoras, segundo empresas de
consultoria do setor.
Em geral, o monitoramento é
feito por equipes formadas, principalmente, por enfermeiras, nutricionistas e psicólogas, contratadas pelos planos e seguros de saúde. Por meio do telefone ou de visitas, os profissionais entram em
contato com o paciente para saber
como ele está. O serviço não tem
custo adicional ao usuário.
As orientações mais comuns
são sobre a medicação prescrita
pelo médico, dicas de dietas e de
atividades físicas adequadas para
o perfil do paciente, além da medição da taxa de glicemia e da
pressão arterial.
Segundo o médico Joel Rocha
de Mello, diretor da AxisMed, que
oferece esse tipo de monitoramento aos planos de saúde, entre
quase 5.000 pacientes acompanhados, o índice de adesão ao tratamento está entre 95% e 97%.
O serviço é feito por meio de um
call center formado por 45 enfermeiras e com o apoio de uma
equipe multidisciplinar. Apesar
de considerar a redução de custos
uma questão "secundária", Mello
diz que o monitoramento faz com
que os pacientes deixem de usar o
sistema suplementar de saúde
desnecessariamente.
"Se ele for diabético e souber reconhecer os sintomas de hipoglicemia ou hiperglicemia, vai deixar de ir ao pronto-socorro sempre que sentir mal-estar."
Também é comum, diz, pacientes crônicos desistirem do tratamento. "Quando se sentem melhor, param de tomar remédio. É
bom ter alguém para lembrá-los
[de continuar o tratamento]."
Tendência
Na opinião de Arlindo de Oliveira, presidente da Abrange, o
monitoramento de pacientes crônicos é a tendência de todas as
operadoras de saúde. Segundo
ele, o serviço começou nos EUA e
hoje está implantado na maior
parte das grandes empresas de
saúde suplementar.
Oliveira afirma que, após implantar o monitoramento, as empresas registram uma redução
média de 60% de internações,
consultas e exames.
A Abet (Associação Beneficente
dos Empregados em Telecomunicações), operadora do Plamtel,
plano de autogestão da Telesp, extensivo aos empregados do Grupo Telefônica e Vivo, conseguiu
uma economia bruta mensal de
R$ 452,69 por usuário após adotar
a medida.
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