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Após Mariana, Taciana nem pensava em gravidez
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2000, a advogada Taciana Hajny, 33, de Recife (PE),
sentiu-se pronta para ser mãe.
Mas logo os primeiros prognósticos médicos apontavam que
ela teria dificuldades de engravidar até mesmo por meio reprodução assistida.
Apesar de não sentir dores,
Taci tinha uma endometriose
severa (doença que causa expulsão de partes do endométrio
para outras partes do corpo),
que a levou a fazer duas cirurgias, uma delas tipo cesariana.
Em 2001, morando em Buenos Aires, terra natal do marido, o casal fez a primeira inseminação artificial.
Dois anos depois, já morando
em Recife, partiu para a primeira FIV (fertilização in vitro),
mas nem chegou a produzir
óvulos. "Eu tomava Gonal [hormônio que estimula a produção
de óvulos] na dosagem máxima, mas parecia água."
Os médicos suspeitaram de
falência ovariana, o que foi confirmado em um exame, de acordo com ela. "Tudo batia. Eu não
respondia aos hormônios porque meus ovários estavam
morrendo."
Em 2004, uma nova FIV só
resultou em um óvulo e o tratamento também não deu certo.
O casal então decidiu, antes de
fazer a última fertilização, mudar de equipe médica. "O médico foi super sincero comigo.
Disse que o caso era muito difícil, que meus ovários não respondiam aos hormônios etc."
O tratamento resultou em
dois embriões viáveis para a
transferência e, duas semanas
depois, a gravidez foi confirmada. Em junho de 2007, nascia
Mariana, hoje com dez meses.
"Nunca na vida"
Em fevereiro último, ainda
amamentando sua filha, Taciana começou a sentir mal. "Tinha medo de estar com alguma
doença ruim. Emagreci três
quilos."
Em março, com mais de um
mês de menstruação atrasada,
ela fez um teste de gravidez por
insistência da cunhada. "Eu fiquei até chateada. Como eu,
com falência ovariana, endometriose, aderências, poderia
estar grávida espontaneamente?", questionava.
Ao primeiro pingo de urina, o
teste de gravidez deu positivo.
"Nunca na vida imaginei passar
por aquela cena. Todo mundo
comemorava, mas eu estava
com o coração fechado porque
pensava que era uma gravidez
tubária. Minhas trompas estavam cheias de aderência. Não
havia possibilidade de aquele
embrião ter chegado ao útero."
Mas houve. Hoje, com 13 semanas de gestação, Taci atribui
sua gravidez a um "dedinho de
Deus".
(CC)
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