São Paulo, domingo, 11 de maio de 2008

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Após Mariana, Taciana nem pensava em gravidez

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2000, a advogada Taciana Hajny, 33, de Recife (PE), sentiu-se pronta para ser mãe. Mas logo os primeiros prognósticos médicos apontavam que ela teria dificuldades de engravidar até mesmo por meio reprodução assistida.
Apesar de não sentir dores, Taci tinha uma endometriose severa (doença que causa expulsão de partes do endométrio para outras partes do corpo), que a levou a fazer duas cirurgias, uma delas tipo cesariana.
Em 2001, morando em Buenos Aires, terra natal do marido, o casal fez a primeira inseminação artificial.
Dois anos depois, já morando em Recife, partiu para a primeira FIV (fertilização in vitro), mas nem chegou a produzir óvulos. "Eu tomava Gonal [hormônio que estimula a produção de óvulos] na dosagem máxima, mas parecia água."
Os médicos suspeitaram de falência ovariana, o que foi confirmado em um exame, de acordo com ela. "Tudo batia. Eu não respondia aos hormônios porque meus ovários estavam morrendo."
Em 2004, uma nova FIV só resultou em um óvulo e o tratamento também não deu certo. O casal então decidiu, antes de fazer a última fertilização, mudar de equipe médica. "O médico foi super sincero comigo. Disse que o caso era muito difícil, que meus ovários não respondiam aos hormônios etc."
O tratamento resultou em dois embriões viáveis para a transferência e, duas semanas depois, a gravidez foi confirmada. Em junho de 2007, nascia Mariana, hoje com dez meses.

"Nunca na vida"
Em fevereiro último, ainda amamentando sua filha, Taciana começou a sentir mal. "Tinha medo de estar com alguma doença ruim. Emagreci três quilos."
Em março, com mais de um mês de menstruação atrasada, ela fez um teste de gravidez por insistência da cunhada. "Eu fiquei até chateada. Como eu, com falência ovariana, endometriose, aderências, poderia estar grávida espontaneamente?", questionava.
Ao primeiro pingo de urina, o teste de gravidez deu positivo. "Nunca na vida imaginei passar por aquela cena. Todo mundo comemorava, mas eu estava com o coração fechado porque pensava que era uma gravidez tubária. Minhas trompas estavam cheias de aderência. Não havia possibilidade de aquele embrião ter chegado ao útero."
Mas houve. Hoje, com 13 semanas de gestação, Taci atribui sua gravidez a um "dedinho de Deus". (CC)


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