São Paulo, domingo, 11 de maio de 2008

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WILSON FERNANDES DE BARROS (1945-2008)

O nome do presidente do "sapo" de Mogi

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Brinca o caçula de Wilson Fernandes de Barros que o pai tinha um filho adotivo, mais caro e carente que os quatro herdeiros de sangue. Era o "sapão", o seu time, o Mogi Mirim Esporte Clube.
Que nem sonhava com a primeira divisão quando o menino do distrito de Martim Francisco, em Mogi, era goleiro de um time amador, até então, um são-paulino que pescava no rio com o pai, dono de posto de gasolina.
"Começou a trabalhar com dez anos lavando carro" no posto, o mesmo que comprou do pai para vender autopeças. O negócio virou uma distribuidora, hoje, entre as maiores do país -e certamente a maior patrocinadora do Mogi, em que Barros "colocou dinheiro do bolso para transformar o "sapo" em referência", diz um amigo.
Foi em 1981 que assumiu a presidência do time, levando-o à série A1 do Paulista, em 1985. Oito anos depois, eram o "carrossel paulista", com Rivaldo e Válber estourando, antes de serem "vendidos". Foi a época em que o estádio foi reformado e batizado como Wilson Fernandes de Barros -mas que virou João Paulo 2º, após o seqüestro da filha. Quis proteger mulher, filhos, três netos.
A saúde ia mal. Fazia hemodiálise havia meses e precisava de um novo rim. Mas no sábado, foi ao vestiário felicitar os jogadores pelo acesso à primeira divisão do Paulista. "Foi muita emoção." Morreu na terça, de infarto, aos 63. Foi velado no estádio que já teve seu nome. E já se fala de batizar em Mogi uma rua como Wilson de Barros.

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