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WILSON FERNANDES DE BARROS (1945-2008)
O nome do presidente do "sapo" de Mogi
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Brinca o caçula de Wilson
Fernandes de Barros que o
pai tinha um filho adotivo,
mais caro e carente que os
quatro herdeiros de sangue.
Era o "sapão", o seu time, o
Mogi Mirim Esporte Clube.
Que nem sonhava com a
primeira divisão quando o
menino do distrito de Martim Francisco, em Mogi, era
goleiro de um time amador,
até então, um são-paulino
que pescava no rio com o pai,
dono de posto de gasolina.
"Começou a trabalhar com
dez anos lavando carro" no
posto, o mesmo que comprou do pai para vender autopeças. O negócio virou
uma distribuidora, hoje, entre as maiores do país -e certamente a maior patrocinadora do Mogi, em que Barros "colocou dinheiro do bolso
para transformar o "sapo" em
referência", diz um amigo.
Foi em 1981 que assumiu a
presidência do time, levando-o à série A1 do Paulista,
em 1985. Oito anos depois,
eram o "carrossel paulista",
com Rivaldo e Válber estourando, antes de serem "vendidos". Foi a época em que o
estádio foi reformado e batizado como Wilson Fernandes de Barros -mas que virou João Paulo 2º, após o seqüestro da filha. Quis proteger mulher, filhos, três netos.
A saúde ia mal. Fazia hemodiálise havia meses e precisava de um novo rim. Mas
no sábado, foi ao vestiário felicitar os jogadores pelo acesso à primeira divisão do Paulista. "Foi muita emoção."
Morreu na terça, de infarto,
aos 63. Foi velado no estádio
que já teve seu nome. E já se
fala de batizar em Mogi uma
rua como Wilson de Barros.
obituario@folhasp.com.br
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