|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Barcos de porto ilegal levam 90% dos passageiros
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
No centro antigo da capital
amazonense, as escadarias da
avenida Manaus Moderna, às
margens do rio Negro, formam
o maior porto ilegal do Amazonas. É o ponto de partida da viagem feita pela Folha até Manacapuru, a 84 km dali. Estima-se
que mil embarcações atraquem
por dia no local. Elas transportam 90% dos 180 mil passageiros que trafegam por mês pelos
rios Negro e Solimões, que formam o Amazonas.
Quando o rio Negro está
cheio, passageiros têm de sujar
os pés na água poluída, atravessar passarelas improvisadas de
madeira e balsas para acessar
os barcos. Nas passarelas, o que
se vê é um entra-e-sai de gente
à procura de embarcações, candidatos a passageiros que se
misturam a camelôs, carregadores, barqueiros e pescadores.
Todos trabalhando em condições insalubres.
As passagens são vendidas
nos barcos ou em bancas ao
longo da chamada Feira da Banana. Os destinos são os 62
municípios amazonenses, além
de cidades no Pará e em Rondônia. Em cima das balsas, camelôs vendem lanches e bebidas alcóolicas. À noite, o local
vira ponto de prostituição e de
tráfico de drogas.
A 50 metros do ponto clandestino, fica um porto legal, a
Estação Hidroviária do Porto
de Manaus, que atende somente 4.775 passageiros por mês.
Como as passagens ali são mais
caras, os clientes preferem as
escadarias da Manaus Moderna, onde os barcos atracados
não pagam taxas.
A diferença de preço das passagens nos dois portos chega a
20%. Para Coari (370 km de
Manaus), por exemplo, o bilhete sai por R$ 72 no porto, contra R$ 60 nas escadarias.
"Infelizmente isso [predomínio do transporte informal] é
uma realidade cultural e social", afirma Carlos Alexandre
De Carli, diretor-presidente do
Porto de Manaus.
(KB)
Texto Anterior: Barco ignora risco e viaja no escuro para fugir de fiscal Próximo Texto: Em choque, sobrevivente não se lembra de nomes nem idade Índice
|