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IRENE ALBERTINI DE MAI (1921-2009)
Tia Rina e a dedicação aos sobrinhos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Irene Albertini de Mai, a Tia
Rina, era uma espécie de história viva de SP, conta a sobrinha
Célia Wada. Recordava-se do
tempo em que os bondes eram
puxados por burros pelas ruas
da cidade.
Descendente de italianos, começou a trabalhar cedo, aos 12,
entregando leite pelo Brás, na
região central.
Casada, fazia trabalhos de
costura e era como uma "muleta para o marido", que se formou advogado com muito custo, devido às dificuldades que
passavam na época, afirma a
sobrinha.
Nos fim dos anos 60, ficou
viúva -o marido morreu de
problemas cardíacos. Não teve
filhos, mas cuidou de muitos
sobrinhos. "Ela se metia na vida
de todos, ligava sempre para a
gente", diz Célia.
Independente e ativa, morava sozinha. A partir dos anos
70, passou a ajudar a família em
um laboratório de análises clínicas. Há poucos anos, havia se
tornado presidente do comitê
da melhor idade da CMQV (Câmara Multidisciplinar de Qualidade de Vida), uma ONG que
presta serviços e consultoria
em áreas como meio ambiente,
economia e segurança do trabalho.
"Garbosa" e "briguenta", Irene estava sempre cantando. A
sobrinha quis tocar, em seu velório, sua música favorita, "My
Way", eternizada por Frank Sinatra, mas não encontrou a
música a tempo.
Morreu quinta, aos 87, após
sofrer uma parada cardiorrespiratória. A missa de sétimo dia
será quarta, às 18h30, na paróquia Nossa Senhora Aparecida,
em SP.
obituario@grupofolha.com.br
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