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ENERGIA
Panes em subestação deixam sem luz Santa Cecília, Higienópolis, Campos Elíseos, Pacaembu, Anhangabaú e região
Falha causa dois apagões no centro de SP
Frâncio de Hollanda/Folha Imagem
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Alameda Barão de Limeira, no bairro de Campos Elíseos, por volta de 20h, durante a falta de energia |
ALESSANDRO SILVA
GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
São Paulo viveu ontem seu primeiro ensaio de apagão, durante
31 minutos, por causa de um defeito em uma das subestações que
distribui energia na área central.
Cinco horas antes, faltou luz no
mesmo local por nove minutos.
O blecaute atingiu parte do centro bem no horário de pico de
consumo no dia, entre 19h33 e
20h04, segundo a Eletropaulo,
concessionária que cuida do abastecimento na cidade.
A subestação, que teve problemas em peças no sistema de cabos
e transmissão por duas vezes,
atende os bairros de Santa Cecília,
Higienópolis, Campos Elíseos,
Pacaembu, Anhangabaú e entorno, energia suficiente para abastecer uma cidade com aproximadamente 100 mil habitantes.
Os semáforos das principais
vias do centro pararam de funcionar, deixando o trânsito -que é
mais tranquilo no domingo à noite- complicado. Em um mesmo
momento, as avenidas São João,
Angélica, Paulista e a rua da Consolação ficaram com os cruzamentos fora de controle.
Não houve acidentes, segundo a
CET (Companhia de Engenharia
de Tráfego), que precisou mobilizar equipes de manutenção para
religar semáforos ""apagados"
após o fim do blecaute.
Consequências
O comando da Polícia Militar na
área central chegou a preparar os
180 homens do ""pelotão do apagão" para ir às ruas do centro como medida preventiva, mas a
operação foi cancelada tão logo a
luz voltou. Desde o final do mês
passado, a PM está reforçando o
policiamento noturno com receio
de a violência aumentar com a redução dos postes de iluminação
acesos em razão do racionamento
de energia.
Até o atendimento na Santa Casa, um dos principais hospitais da
cidade, foi afetado pela falta de
energia (leia texto nesta página).
O presidente Fernando Henrique Cardoso, que passou o final
de semana em São Paulo e mora
em Higienópolis, um dos bairros
atingidos, escapou por pouco do
blecaute. Ele voltou a Brasília três
horas antes do apagão.
Mas ele estava na capital paulista no momento em que houve a
primeira interrupção de energia,
por volta das 14h40.
Em 12 dias, a região central acabou no escuro três vezes. Em 30
de maio, também à noite, ficou
sem luz por cerca de 25 minutos.
A falta de energia ontem e em
maio, segundo a Eletropaulo,
ocorreu por motivos diferentes e
não tem relação com a atual crise
energética no país.
A falha na subestação do centro
ocorreu em uma das ""rodovias"
-cabos de alta tensão- que traz
energia das usinas hidrelétricas
para a Eletropaulo, responsável
pelo abastecimento doméstico.
Uma peça, que seria comparável à ponte dessa rodovia imaginária, apresentou defeito, segundo Celso Cerchiari, 49, diretor de
operações da EPTE (Empresa
Paulista de Transmissão de Energia Elétrica S.A.), estatal responsável por levar a produção das
unidades geradoras às cidades.
"Foi uma operação de transferência, sem relação com o racionamento. Tivemos de fazer uma
remanejamento de barramentos
[as rodovias], por isso a queda de
energia", afirmou ele.
A empresa irá avaliar a operação para verificar o que houve.
No apagão ocorrido em maio,
de acordo com ele, houve uma
operação semelhante, mas programada. A Eletropaulo, no entanto, disse ter havido falha humana naquele dia ao religar o sistema, por isso o blecaute.
Ontem, a energia voltou mais
rápido em alguns bairros por causa de uma operação da Eletropaulo, que desviou cargas de outras
subestações para o centro.
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