|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Paulo Renato Souza anunciou que o descredenciamento de cursos reprovados em cinco exames será automático
Provão tem comparecimento recorde
GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Educação vai
descredenciar até o fim do ano os
cursos universitários que, nas cinco primeiras edições do provão,
tiveram notas D e E, as mais baixas do exame. A sexta edição do
provão, realizada ontem por 280
mil formandos de 20 cursos, teve
o maior índice de comparecimento desde a criação do exame: 94%.
"O provão se consolidou e está
definitivamente incorporado ao
sistema universitário brasileiro",
disse o ministro Paulo Renato
Souza (Educação). Embora o índice de comparecimento tenha sido superior ao de 2000, que foi de
92,54%, ainda houve dezenas de
manifestações de estudantes pedindo o boicote ao exame.
O fato de o comparecimento ter
sido recorde - no curso de medicina chegou a 99,9%, e nos de farmácia e pedagogia, a 96% - a
"taxa de boicote" só será conhecida em alguns dias.
Isso porque vários alunos fizeram a prova, mas, em vez de respondê-la, entregaram o papel em
branco, escreveram frases de protesto ou colaram adesivos.
O boicote conta com a adesão
de alunos de escolas importantes,
como USP (Universidade de São
Paulo) e Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas), mas vem
sendo inexpressivo na estatística
global do exame. Ano passado,
por exemplo, o índice de provas
em branco foi de 1,4%.
Um dos argumentos dos manifestantes, inclusive da UNE
(União Nacional dos Estudantes),
é que, em seis anos de provão, nenhuma universidade foi punida
por conta do mau desempenho
no exame. Para não abalar a credibilidade do provão, o ministério
decidiu mudar as regras de descredenciamento dos cursos, que
passa a ser automática.
Até agora, mesmo cursos "reprovados" seguidamente no provão precisavam de aprovação do
CNE (Conselho Nacional de Educação) para que fossem descredenciados. Com a mudança, o fechamento dos cursos será automático.
Paulo Renato afirma diz que o
novo processo não enfraquecerá
o órgão. "Eles (os conselheiros) é
que vão criar as regras do descredenciamento", diz o ministro.
O Inep (Instituto Nacional de
Pesquisas Educacionais) deverá
funcionar com uma espécie de
agência reguladora, responsável
pelos descredenciamentos.
Os recursos das universidades
- contestando as decisões do ministério e do Inep - serão julgadas pelo CNE.
O resultado das provas que avaliou 20 cursos de 3.647 faculdades
será divulgado pelo ministério no
dia 10 de dezembro.
Ontem, Paulo Renato anunciou
que o próximo curso que deverá
fazer parte do provão é o de arquitetura. Segundo ele, o ministério
vem recebendo pedidos para avaliar novos cursos: "Não vamos
conseguir avaliar todo mundo".
Confira o gabarito das provas no
www.folha.com.br/provao2001.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Universitários fazem boicote em São Paulo Índice
|