São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Na Mangueira, controle é dos mais velhos

DA SUCURSAL DO RIO

Diferentemente do que ocorre na maioria das favelas dominadas pelo CV, a venda de drogas nos morros da Providência (centro) e da Mangueira (zona norte) é chefiada por traficantes antigos, com visão comercial e controle sobre os adolescentes a eles subordinados. Não é à toa que hoje, segundo a polícia, são os dois únicos redutos lucrativos para a facção.
O tráfico na Providência é controlado por Evanílson Marques da Silva, 37, o Dão, um ex-fuzileiro naval que sucedeu o comando de seu irmão, Leonardo Marques da Silva, o Sapinho, atualmente preso.
Já a Mangueira é dominada há vários anos pela família Monteiro, cujo principal líder é o traficante Francisco Testas Monteiro, o Tuchinha, preso no complexo penitenciário de Bangu (zona oeste).
Em ambas as favelas, os chefões não permitem que os adolescentes pratiquem assaltos nas ruas do Rio. Também proíbem que eles se envolvam em ações organizadas pelo CV para atacar comunidades dominadas por rivais.
Organizadas, as quadrilhas obtêm lucro no comércio de drogas. A Providência fatura, segundo a polícia, cerca de R$ 2 milhões por mês. O principal mercado consumidor são os escritórios do centro. Já a venda de drogas na Mangueira rende de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões mensais. A Mangueira atrai principalmente consumidores da zona sul. Tanto na Mangueira quanto na Providência, procuram vender cocaína de melhor qualidade, diferentemente das demais, que a comercializam misturada a outras substâncias.


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