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Serra afirma que Polícia Militar não exagerou no confronto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador José Serra
(PSDB) afirmou ontem que não
houve exagero na ação da Polícia Militar no campus Butantã
da USP (zona oeste). Os policiais usaram bombas de efeito
moral e balas de borracha, e os
alunos, paus e pedras, num
confronto que durou cerca de
80 minutos. Cinco alunos e cinco PMs ficaram feridos.
"A polícia não cometeu nenhum exagero e obedeceu a
uma ordem judicial. A reitora
pediu, e o juiz determinou que
a PM entrasse para assegurar o
livre ingresso e saída da universidade", disse Serra, ao deixar
reunião com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no CCBB
(Centro Cultural Banco do Brasil), sede provisória do governo.
Apesar do reconhecimento
de que esses confrontos arranham a imagem do governo
paulista, a orientação no Palácio dos Bandeirantes é restringir o problema à USP. As universidades, repetem serristas,
têm autonomia financeira.
Em conversas, Serra afirma
que nem foi informado sobre a
ordem judicial e que, ainda que
soubesse previamente, não poderia evitar a ação da PM. Mesmo com a disposição de isolar o
problema, assistiu a imagens
do conflito - na sua avaliação,
iniciado pelos manifestantes.
O governador também se
queixa do desempenho da reitora da USP, Suely Vilela. Entre
tucanos, a avaliação é que ela
demonstra inépcia à frente da
instituição. Fosse mais habilidosa, afirmam, o problema poderia ter sido minimizado.
Serra frisa que os estudantes
reivindicam o fim do programa
de educação a distância. Nas
conversas com correligionários, ele insiste que há inspiração política no movimento de
estudantes e professores.
A mobilização, queixa-se, é
alimentada pela imprensa, que,
na sua opinião, deu destaque
excessivo a um conflito iniciado por cem pessoas.
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