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Após 10 dias, França inicia busca pelas caixas-pretas do Airbus
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FERNANDO DE
NORONHA
Dez dias após o desaparecimento do Airbus da Air France,
um submarino nuclear francês
deu início às buscas pelas caixas-pretas na região onde foram resgatados os destroços e
as vítimas. Não havia, até então,
buscas pelos objetos, já que a
atribuição do governo brasileiro é localizar e resgatar corpos
do voo 447 da companhia.
As duas caixas-pretas -que
podem ajudar a esclarecer os
motivos da queda do avião-
são capazes de emitir um sinal
captado por sonares de navios.
O problema é que as baterias
delas duram apenas um mês.
Isto significa que há cerca de
20 dias para que as caixas-pretas sejam encontradas. A busca
pelos objetos é de responsabilidade da França, assim como as
investigações sobre as causas
do acidente.
Seis embarcações foram enviadas pelo governo francês para resgatar os destroços da aeronave e as caixas-pretas. No
ponto de buscas, o mar tem
profundidade de 3.500 m.
Ontem, o submarino nuclear
francês Émeraude, equipado
com um sonar ultrassensível,
chegou ao local, a 850 km de
Fernando de Noronha.
A embarcação irá patrulhar a
cada dia uma área diferente de
cerca de 36 quilômetros quadrados. Segundo o porta-voz
das Forças Armadas francesas,
Christophe Prazuck, será preciso "muita sorte para localizar
as caixas pretas".
As embarcações francesas
trabalham em coordenação
com o Salvaero (Serviço de Salvamento Aéreo) de Recife.
Minissubmarino
Caso sejam encontradas, as
caixas-pretas serão resgatadas
pelo navio de pesquisas oceânicas Pourquoi Pas, que deve chegar à região nos próximos dias.
Ele traz o minissubmarino
Nautile, que atinge até 6.000
metros de profundidade.
Operado por três pessoas e
dotado de braços mecânicos, o
Nautile, que iniciou suas operações em 1984, foi o primeiro
submarino a atingir a carcaça
do Titanic, naufragado em 1912.
Na embarcação, que saiu de
Cabo Verde (África), estão uma
equipe de investigação da Airbus, uma da Air France e uma
do Centro de Investigação e
Análise, da França.
Entre os navios há também
dois rebocadores de alto-mar
(o Fairmount Expedition e o
Fairmount Glacier), com 40 toneladas de equipamentos, capazes de içar grandes estruturas. Para auxiliar na busca às
caixas-pretas, o governo dos
EUA forneceu dois equipamentos de escuta para serem usados pelos rebocadores.
Participam ainda das buscas
a fragata Ventouse, que resgatou sete corpos no domingo, e
duas aeronaves francesas (Falcon 50 e Atlantic Rescue D).
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