São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009

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Após 10 dias, França inicia busca pelas caixas-pretas do Airbus

MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FERNANDO DE NORONHA

Dez dias após o desaparecimento do Airbus da Air France, um submarino nuclear francês deu início às buscas pelas caixas-pretas na região onde foram resgatados os destroços e as vítimas. Não havia, até então, buscas pelos objetos, já que a atribuição do governo brasileiro é localizar e resgatar corpos do voo 447 da companhia.
As duas caixas-pretas -que podem ajudar a esclarecer os motivos da queda do avião- são capazes de emitir um sinal captado por sonares de navios. O problema é que as baterias delas duram apenas um mês.
Isto significa que há cerca de 20 dias para que as caixas-pretas sejam encontradas. A busca pelos objetos é de responsabilidade da França, assim como as investigações sobre as causas do acidente.
Seis embarcações foram enviadas pelo governo francês para resgatar os destroços da aeronave e as caixas-pretas. No ponto de buscas, o mar tem profundidade de 3.500 m.
Ontem, o submarino nuclear francês Émeraude, equipado com um sonar ultrassensível, chegou ao local, a 850 km de Fernando de Noronha.
A embarcação irá patrulhar a cada dia uma área diferente de cerca de 36 quilômetros quadrados. Segundo o porta-voz das Forças Armadas francesas, Christophe Prazuck, será preciso "muita sorte para localizar as caixas pretas".
As embarcações francesas trabalham em coordenação com o Salvaero (Serviço de Salvamento Aéreo) de Recife.

Minissubmarino
Caso sejam encontradas, as caixas-pretas serão resgatadas pelo navio de pesquisas oceânicas Pourquoi Pas, que deve chegar à região nos próximos dias. Ele traz o minissubmarino Nautile, que atinge até 6.000 metros de profundidade.
Operado por três pessoas e dotado de braços mecânicos, o Nautile, que iniciou suas operações em 1984, foi o primeiro submarino a atingir a carcaça do Titanic, naufragado em 1912.
Na embarcação, que saiu de Cabo Verde (África), estão uma equipe de investigação da Airbus, uma da Air France e uma do Centro de Investigação e Análise, da França.
Entre os navios há também dois rebocadores de alto-mar (o Fairmount Expedition e o Fairmount Glacier), com 40 toneladas de equipamentos, capazes de içar grandes estruturas. Para auxiliar na busca às caixas-pretas, o governo dos EUA forneceu dois equipamentos de escuta para serem usados pelos rebocadores.
Participam ainda das buscas a fragata Ventouse, que resgatou sete corpos no domingo, e duas aeronaves francesas (Falcon 50 e Atlantic Rescue D).


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