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Supremo revoga liminar, mas Sean ficará no Brasil
Cai decisão provisória que suspendia ida para os EUA; outra liminar mantém garoto aqui
Para ministros, decisão da Justiça do Rio mostra que caso deve ser decidido no Tribunal Regional Federal; pai diz viver uma "tragédia"
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O STF (Supremo Tribunal
Federal) decidiu ontem, por
unanimidade, revogar a liminar
concedida pelo ministro Marco
Aurélio Mello que suspendeu,
na semana passada, a ida imediata de Sean Goldman, 9, para
os EUA, seu país de origem.
O próprio Marco Aurélio mudou seu entendimento ao argumentar que outra decisão provisória, da Justiça Federal do
Rio, já havia resolvido a questão
ao também suspender a volta
do menino até o julgamento de
recurso pelo Tribunal Regional
Federal da 2ª Região.
Os ministros do STF julgaram ação do PP (Partido Progressista) que, segundo eles, só
poderia ser usada em casos como o de Sean se não houvesse
outra forma para "sanar a questão". Para eles, a liminar da Justiça do Rio mostrou que ainda
há outros meios para resolver o
assunto. Decidiram, então, extinguir o processo do Supremo,
sem analisar o mérito da ação.
Presente no STF, o americano David Goldman, pai de Sean,
disse viver uma "tragédia". "A
sessão foi em português legal,
tenho de consultar meu advogado. Espero que a decisão me
leve para perto do meu filho."
Goldman afirma que o menino está no Brasil ilegalmente, já
que não autorizou sua vinda.
Sua defesa alega que, pela Convenção de Haia, o caso deve ser
julgado no país onde o garoto
vivia. A família da mãe, morta
em 2008, diz que a vontade de
Sean é continuar no Brasil.
Na sessão, os advogados do
pai afirmaram que o garoto,
conforme laudo elaborado por
três psicólogas, não tem maturidade para decidir isso e é influenciado pela família materna para querer ficar.
O advogado Ricardo Zamariola Júnior afirmou que a perícia diz que Sean está sofrendo
de "síndrome de alienação parental" -a família da mãe estaria criando para ele uma imagem negativa do pai.
Transição
Ao suspender a volta de Sean,
a liminar da Justiça fluminense
também sugere que, enquanto
se aguarda novo julgamento do
caso, já seja iniciada uma transição, para que o menino volte a
conviver com o pai -nesta semana, o Ministério Público Federal reforçou pedido à Justiça
para que ela comece no Brasil.
O advogado dos avós maternos, Sérgio Tostes, disse que já
recorreu para que a transição
ocorra após o julgamento dos
recursos. Sobre a sessão no Supremo, disse que a ação analisada já havia cumprido seu "objetivo principal".
Advogados da família brasileira já entraram com três
ações no Tribunal Regional Federal para suspender a ordem
para a volta de Sean.
Colaborou a Sucursal do Rio
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