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SP prevê privatização de 30 aeroportos
Editais para concessão estão praticamente prontos; terminais receberam 1,3 milhão de passageiros em 2009
Proposta foi submetida à Anac e será analisada pelo Ministério da Defesa; gestão do setor depende de aval federal
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA
O governo de São Paulo
elaborou um plano e já tem
editais praticamente prontos
para transferir à iniciativa
privada a administração de
30 aeroportos do Estado, que
em 2009 receberam 1,3 milhão de passageiros, um salto de 30% em três anos.
A lista excluiu Cumbica,
Congonhas e Viracopos, os
principais do Estado, que são
controlados pela Infraero e
têm a capacidade esgotada e
gargalos operacionais.
A gestão privada da infraestrutura aeroportuária,
uma discussão que se arrasta
há mais de década, voltou à
tona. Anteontem, o governo
federal, que resistia em privatizar os principais aeroportos, assinou a concessão do
Aeroporto de São Gonçalo do
Amarante, em Natal (RN).
A proposta paulista já foi
submetida à Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil),
que solicitou pequenas mudanças. Agora, o processo será submetido ao Ministério
da Defesa, porque os aeroportos são uma concessão federal ao Estado e mudanças
na gestão dos terminais dependem de aval da União.
O governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB),
conversou com o ministro
Nelson Jobim (Defesa) sobre
a expansão aeroportuária no
Estado e cobrou agilidade na
autorização federal. "Estamos com tudo pronto. Assim
que autorizarem, lançamos
os editais", disse.
Segundo Goldman, além
de privatizar a gestão aeroportuária, o Estado necessita
de um novo aeroporto metropolitano. "São Paulo vive
uma situação dramática. Teremos uma situação muito
grave nos próximos anos."
O Ministério da Defesa
afirmou ontem, em nota, que
o marco legal em vigor não
permite que a União autorize
o pedido paulista e que será
necessário elaborar uma lei
específica para dar amparo
legal à concessão.
"Essa questão está sendo
examinada pelo governo federal, assim como outras
questões pertinentes ao setor", diz a nota.
FÔLEGO
Hoje, o Estado não tem fôlego financeiro nem agilidade administrativa para modernizar seus aeroportos no
mesmo ritmo exigido pelo
aumento da demanda por
transporte aéreo, diz o secretário dos Transportes de São
Paulo, Mauro Arce.
"Fui conhecer a experiência em outros locais. As empresas são mais ágeis até para consertar um equipamento simples quebrado. Nós
[Estado] temos de licitar,
abrir processos de compra."
A gestão privada é vista
com cautela e um certo grau
de temeridade pelas grandes
companhias que operam no
país, segundo Ronaldo Jenkins, diretor do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas.
"É um setor muito delicado. Se algo dá errado no contrato, fica difícil voltar atrás.
Se o aeroporto dá prejuízo e a
empresa quiser entregar de
volta ao governo, será que o
Estado terá pessoal qualificado para as operações?"
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