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Debate sobre o filme "Quebrando o Tabu" reúne 300 em SP
Documentário sobre descriminalização da maconha é aplaudido após a exibição
DE SÃO PAULO
Cerca de 300 pessoas participaram de um debate com
o diretor de "Quebrando o
Tabu", Fernando Grostein
Andrade, após sessão do filme no cine Livraria Cultura
do Conjunto Nacional, anteontem à noite, em evento
promovido pela Folha.
Ao lado do organizador da
Marcha da Maconha, Pedro
Nogueira, o cineasta respondeu a perguntas das pessoas
que assistiram ao documentário, em sessão antes do
evento. A colunista da Folha
Mônica Bergamo mediou o
debate.
O documentário tem como
âncora o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), que, no filme, defende a descriminalização das
drogas leves, algo que combateu quando era presidente.
FHC cancelou sua participação horas antes do debate
por causa da morte de seu
amigo, o sociólogo Juarez
Rubens Brandão Lopes.
Por duas vezes, Andrade
foi questionado sobre o fato
de o filme ter dado voz somente às versões de pessoas
(ex-presidentes e secretários
de Estado) que são favoráveis
à descriminalização.
"Escutei muitas pessoas
dizendo isso, mas sempre falei: "quando você fizer o seu
filme, faça do jeito que quiser'", disse, aos risos. "Está
todo mundo careca de saber
todos os argumentos de
quem faz a guerra às drogas.
Acho que, por maior esforço
que eu fizesse para mostrar a
opinião de cada parte, 50% a
50%, nunca iria ser equilibrado porque não é a minha
opinião", completou.
A maioria dos participantes do debate eram jovens,
como o médico Thiago Wolff,
que assistia ao documentário
pela segunda vez.
"O que mais gostei do filme foi a discussão sobre o
resgate do ser humano. Não
dá para falar sobre tratamento de drogas só falando em
crime, mas sim falando sobre
como tratar viciados", disse.
O filme retrata como os
usuários são tratados em outros países, como Holanda,
Portugal e Suíça, que optaram pela descriminalização.
Ao final da sessão lotada, o
público aplaudiu o documentário.
(GIBA BERGAMIM JR.)
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