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Discurso atacará os países ricos
DO ENVIADO ESPECIAL
"O nível de ajuda que os países desenvolvidos estão destinando para a luta internacional contra a Aids é simplesmente ultrajante."
Dita por militantes de ONGs, a frase acima certamente não faria muito eco. Mas deverá provocar algum desconforto entre representantes de "governos ricos"
quando for dita na manhã de hoje durante a plenária de encerramento da conferência de Aids.
O autor é o médico Paulo Teixeira, coordenador do programa brasileiro de Aids, citado pelas Nações Unidas como exemplo para o mundo.
No seu discurso de sete páginas, Teixeira faz um resumo do programa brasileiro de Aids e observa que o país conseguiu sucesso, mesmo com limitações de recursos e as desigualdades sociais, graças à participação da sociedade civil. Lembra os ganhos da política de tratamento e convoca os países a fazerem o mesmo, criticando aqueles que discriminam minorias, permitem barreiras legais e
religiosas à prevenção e admitem a violência contra as mulheres.
Mas é contra a falta de cooperação dos países ricos que o discurso investe mais duramente. Teixeira lembra o alerta feito pelas Nações Unidas sobre a catástrofe
que ameaça a África, a Ásia, a América Latina e a antiga URSS. E diz que é necessário um novo "Plano Marshall" para salvar essas nações. O plano, um gigantesco investimento dos EUA na Europa destruída pela 2ª Guerra, permitiu que as nações se reerguessem em alguns anos.
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