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RADEGUNDIS FEITOSA NUNES (1962-2010)
Primeiro doutor em trombone
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Quando era estudante em
Itaporanga, na Paraíba, Radegundis Feitosa Nunes decidiu botar a boca no trombone. Passou a tocar o instrumento na banda do colégio.
O rapaz iria longe na carreira de instrumentista. Mudou-se para João Pessoa e lá
se formou em música pela
Universidade Federal da Paraíba, em 1983. Logo depois,
começaria como professor.
Os estudos não parariam
por aí. Nos EUA, Radegundis
cursou mestrado e doutorado. Virou o primeiro brasileiro doutor em trombone.
Além de lecionar, havia se
tornado recentemente chefe
do departamento de música
da universidade federal.
Apresentava-se com vários grupos, como o Quinteto
Brassil (com dois "esses"
mesmo) e o Brazilian Trombone Ensemble, de metais e
percussão. Fez shows no exterior e gravou discos.
Também dirigiu o grupo
Paraibones, um conjunto de
trombones formado por alunos seus da faculdade.
Filho de um construtor
que organizava orquestras
de Carnaval, era de uma família de músicos. Tem um irmão oboísta e outro saxofonista e dois de seus filhos
também seguiram na área.
Era conhecido pela gargalhada estrondosa que tinha e
pelo bom humor. Segundo os
amigos de faculdade, ele tocava como se o trombone fizesse parte do próprio corpo.
No dia 1º de julho, viajou
para sua cidade natal com
mais três músicos. Iria tocar
no aniversário de 150 anos da
paróquia. Prestes a chegar à
cidade, perdeu o controle do
automóvel, na estrada. Nenhum dos passageiros resistiu. Morreu aos 47 anos, deixando viúva, filhos e neto.
coluna.obituario@uol.com.br
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