São Paulo, domingo, 11 de julho de 2010

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RADEGUNDIS FEITOSA NUNES (1962-2010)

Primeiro doutor em trombone

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Quando era estudante em Itaporanga, na Paraíba, Radegundis Feitosa Nunes decidiu botar a boca no trombone. Passou a tocar o instrumento na banda do colégio.
O rapaz iria longe na carreira de instrumentista. Mudou-se para João Pessoa e lá se formou em música pela Universidade Federal da Paraíba, em 1983. Logo depois, começaria como professor.
Os estudos não parariam por aí. Nos EUA, Radegundis cursou mestrado e doutorado. Virou o primeiro brasileiro doutor em trombone.
Além de lecionar, havia se tornado recentemente chefe do departamento de música da universidade federal.
Apresentava-se com vários grupos, como o Quinteto Brassil (com dois "esses" mesmo) e o Brazilian Trombone Ensemble, de metais e percussão. Fez shows no exterior e gravou discos.
Também dirigiu o grupo Paraibones, um conjunto de trombones formado por alunos seus da faculdade.
Filho de um construtor que organizava orquestras de Carnaval, era de uma família de músicos. Tem um irmão oboísta e outro saxofonista e dois de seus filhos também seguiram na área.
Era conhecido pela gargalhada estrondosa que tinha e pelo bom humor. Segundo os amigos de faculdade, ele tocava como se o trombone fizesse parte do próprio corpo.
No dia 1º de julho, viajou para sua cidade natal com mais três músicos. Iria tocar no aniversário de 150 anos da paróquia. Prestes a chegar à cidade, perdeu o controle do automóvel, na estrada. Nenhum dos passageiros resistiu. Morreu aos 47 anos, deixando viúva, filhos e neto.

coluna.obituario@uol.com.br


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