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Dono de rede de lojas é assassinado a tiros em Franca
Delegado diz acreditar que pode ter sido um latrocínio; três
suspeitos foram detidos e outro está sendo procurado
MARIA FERNANDA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
O empresário Mário Flávio
Trajano Matos, 54, proprietário de uma das maiores redes
de materiais de construção de
Franca -a loja Luana-, foi assassinado na madrugada de ontem com dois tiros no rosto.
O corpo dele foi encontrado
ontem à tarde no Jardim Aeroporto 2 por crianças que soltavam pipa em uma pastagem. A
polícia suspeita de latrocínio.
Três menores foram detidos.
Conhecido na cidade como
Marinho, ele era membro de
uma das mais tradicionais famílias da cidade, proprietária
do grupo Magazine Luiza.
Matos foi visto pela última
vez em um bar no Parque Progresso, na noite de anteontem,
onde foi com a mulher e dois
amigos assistir ao primeiro jogo da final da Libertadores. A
mulher, que estava em outro
carro, deixou o local primeiro e
foi para casa.
Cerca de meia hora depois,
Matos foi embora e desapareceu. Segundo testemunhas, ele
havia discutido no estacionamento do bar com um desconhecido, mas a polícia descartou a hipótese da discussão ser
a causa do crime.
O delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais),
Wanir José da Silveira Júnior,
afirmou que o carro do empresário, uma camionete Ford
Ranger prata, foi encontrada
em chamas por volta das 5h de
ontem no Jardim Aeroporto 3.
O fogo foi apagado por vizinhos, que acionaram a polícia.
Como as chamas atingiram
apenas um pneu dianteiro, o
carro ficou intacto. As chaves
estavam no contato e os documentos do empresário e do veículo também estavam no local.
Havia marca de sangue no banco do passageiro.
"É muito cedo para apurar a
causa do crime, mas vamos trabalhar com a hipótese de latrocínio porque parece que ele tinha dinheiro no bolso", disse
Silveira Júnior.
A polícia está procurando
por um quarto suspeito, que
poderia esclarecer o crime. Até
o fechamento desta edição, ele
não havia sido encontrado.
O empresário estava com os
braços imobilizados pela própria camiseta; sua calça jeans
estava suja na altura dos joelhos. Um sinal que, segundo a
polícia, significa que ele ficou
ajoelhado no chão. Um dos tiros atravessou o rosto e saiu pelo ouvido do empresário.
Para o delegado, Matos não
foi morto no local onde o corpo
foi encontrado. Dentro dos bolsos do empresário, havia apenas um maço de cigarro, relógio
e um lenço.
O empresário era casado e tinha três filhos, dois homens
-26 e 22 anos- e uma menina
de 15 anos.
Curiosos
O corpo foi encontrado por
um garoto de 12 anos. Ao correr
para avisar a mãe, ele saiu gritando e todos os vizinhos ficaram sabendo da notícia.
Quando os três carros da polícia chegaram no local, havia
cerca de 80 pessoas, entre jovens, mulheres e crianças. A
polícia tentou afastar os curiosos, mas a qualquer brecha eles
se aproximavam do corpo.
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