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Promotoria denuncia 20 por clonar cartões de crédito
Quadrilha aliciava funcionários para "furtar" dados de clientes em supermercados
Investigação apontou que grupo fazia compras na China, Rússia, Argentina e Panamá com os dados dos cartões fraudados
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Acusados de pertencer a uma
quadrilha internacional de clonadores de cartões de crédito e
bancários que atuava em quatro Estados brasileiros (SP, RJ,
SC e PR) foram denunciados
ontem à 15ª Vara Criminal de
São Paulo pelo Ministério Público Estadual por furto qualificado, formação de quadrilha e
lavagem de dinheiro.
O ucraniano Oleksandr Lopatyuk, 27, e o chinês Chan
Tsung Fei, 35, foram apontados
pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Estadual de
São Paulo como dois dos principais articuladores do esquema de clonagem dos cartões.
Lopatyuk é acusado como o
elo internacional entre os criminosos que atuavam no Brasil
e os de outros países, onde os
cartões clonados eram usados.
Fei é tido como o "cérebro
eletrônico" do grupo. Ele desenvolvia programas de computador e artifícios para conseguir burlar com mais facilidade
os métodos de segurança das
operadores de cartões.
Os principais alvos da quadrilha eram clientes de supermercados nos quatro Estados
brasileiros onde a quadrilha
atuava ao menos desde 2004.
Vinte pessoas acusadas de ligação com o grupo, inclusive Lopatyuk e Fei, estão presas.
Um dos presos, César Cunha
Pereira, 33, é acusado de aliciar
os funcionários dos estabelecimentos comerciais onde instalavam máquinas fraudadoras.
O empresário Reinaldo Meneses do Sacramento, 27, o Guga, acusado anteriormente de
receptação e furto, foi apontado pela Promotoria e pela PF
como responsável pela articulação dos criminosos.
A partir do aliciamento de
funcionários de grandes redes
de supermercados, os integrantes da quadrilha copiavam os
dados dos cartões das vítimas e
os repassavam a outros criminosos que eram responsáveis
por fazer novos cartões.
Os funcionários dos supermercados corrompidos pelo
grupo faziam a troca das máquinas leitoras dos cartões originais dos estabelecimentos comerciais pelas fraudadas da
quadrilha.
Essas máquinas copiavam
números e senhas dos cartões
bancários (quando havia pagamento com débito automático)
e de crédito, principalmente
dos bancos do Brasil, Itaú, Santander e Bradesco, instaladas
clandestinamente em algumas
lojas dos hipermercados Carrefour, Pão de Açúcar e Extra.
Os bancos e os hipermercados ajudaram a investigação da
PF com o fornecimento de dados sobre as ações de fraude detectadas pelos seus próprios
sistemas de segurança.
Com os cartões clonados, os
criminosos viajavam para Argentina, Panamá, China e Rússia para realizar compras e saques bancários. A maior parte
das transações era de valores
baixos, que não chamavam a
atenção das operadoras.
No monitoramento feito pela
PF, bagagens de alguns deles
usadas em viagens internacionais foram revistadas sem que
eles soubessem, tanto na entrada como na saída do Brasil.
Dentro, a PF encontrou réguas
para leitura de tarjas magnéticas e leitores de cartões e até alguns outros já clonados.
Para fazer a lavagem do dinheiro obtido com os cartões
clonados, a quadrilha adquiriu
apartamentos, carros, uma revenda de autopeças e uma loja
de roupas de grife num shopping center de São Paulo.
"Laranjas" eram usados para
ocultar os bens dos criminosos
e também para realizar algumas das transações com os cartões clonados. Os advogados
dos acusados não foram localizados pela Folha ontem.
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