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Na periferia, comerciante não quer arriscar e reprime fumantes
PABLO SOLANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mesmo com a insistência dos
clientes de que a fiscalização
antifumo não deve chegar aos
botecos e lanchonetes de bairros mais afastados da capital
paulista, os comerciantes não
querem pagar para ver. O valor
da multa é de R$ 792,50 e R$
1.585 em caso de reincidência.
Dona de uma lanchonete em
São Miguel Paulista (extremo
leste de SP), Maria Oliveira já
tomou providências para evitar
uma autuação. Ela, que tem como freguês quem vai ao Hospital Municipal Tide Setubal,
comprou a R$ 10 duas placas de
proibido fumar de um ambulante que passou em frente ao
comércio. Ele as montou com
base no aviso que pode ser baixado no site do governo do Estado de São Paulo.
Na mesma rua, o proprietário Alcino Silva, afixou em seu
bar dois adesivos que foram
conseguidos por um amigo policial. Ambos fazem referência
à lei que proíbe fumar nas repartições públicas, de 1986.
Almir de Alcântara, dono de
bar, optou por arrancar o isqueiro que deixava amarrado
ao balcão na última sexta-feira,
quando a lei entrou em vigor.
Quem senta para tomar uma
cerveja e aproveita para pedir
um cigarro avulso é alertado de
que só pode acendê-lo do lado
de fora do estabelecimento.
O dono de restaurante Pedro
Piassi, 41, foi mais longe e decidiu parar de vender maços de
cigarro. Isso porque os baixos
lucros com as vendas do produto não pagam o risco de alguém
ousar acendê-los.
No vizinho Itaim Paulista,
um funcionário do bar Tio Paulo diz que o local já perdeu um
cliente que insistiu em manter
o cigarro aceso na área interna.
Nas redondezas, até loja de cosmético faz questão de destacar
o alerta sobre a proibição.
De acordo com a Secretaria
de Estado da Saúde, os fiscais
visitaram 52 estabelecimentos
em São Miguel Paulista desde a
última sexta-feira.
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