São Paulo, terça-feira, 11 de agosto de 2009

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Na periferia, comerciante não quer arriscar e reprime fumantes

PABLO SOLANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mesmo com a insistência dos clientes de que a fiscalização antifumo não deve chegar aos botecos e lanchonetes de bairros mais afastados da capital paulista, os comerciantes não querem pagar para ver. O valor da multa é de R$ 792,50 e R$ 1.585 em caso de reincidência.
Dona de uma lanchonete em São Miguel Paulista (extremo leste de SP), Maria Oliveira já tomou providências para evitar uma autuação. Ela, que tem como freguês quem vai ao Hospital Municipal Tide Setubal, comprou a R$ 10 duas placas de proibido fumar de um ambulante que passou em frente ao comércio. Ele as montou com base no aviso que pode ser baixado no site do governo do Estado de São Paulo.
Na mesma rua, o proprietário Alcino Silva, afixou em seu bar dois adesivos que foram conseguidos por um amigo policial. Ambos fazem referência à lei que proíbe fumar nas repartições públicas, de 1986.
Almir de Alcântara, dono de bar, optou por arrancar o isqueiro que deixava amarrado ao balcão na última sexta-feira, quando a lei entrou em vigor. Quem senta para tomar uma cerveja e aproveita para pedir um cigarro avulso é alertado de que só pode acendê-lo do lado de fora do estabelecimento.
O dono de restaurante Pedro Piassi, 41, foi mais longe e decidiu parar de vender maços de cigarro. Isso porque os baixos lucros com as vendas do produto não pagam o risco de alguém ousar acendê-los.
No vizinho Itaim Paulista, um funcionário do bar Tio Paulo diz que o local já perdeu um cliente que insistiu em manter o cigarro aceso na área interna. Nas redondezas, até loja de cosmético faz questão de destacar o alerta sobre a proibição.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, os fiscais visitaram 52 estabelecimentos em São Miguel Paulista desde a última sexta-feira.


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