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VIOLÊNCIA
IML confirmou que corpo carbonizado no porta-malas do carro é de Victor Thiago, que desapareceu na segunda-feira
Polícia diz que primo matou estudante
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de mais de 24 horas de
incerteza, a análise da arcada dentária e vestígios de uma tatuagem
fizeram o IML (Instituto Médico
Legal) confirmar ontem que o
corpo encontrado carbonizado
no porta-malas de um carro é do
estudante de direito Victor Thiago, 20, filho do dono de uma rede
de óticas em São Paulo.
Ontem à noite, dois jovens
-um deles primo da vítima-
foram detidos sob suspeita de
participar do crime. Seus nomes
não foram divulgados pela polícia. O primo teria confessado a
morte, segundo a Secretaria da
Segurança Pública. Ele teria dito
que tinha ciúmes do primo, que
tinha mais dinheiro e conquistara
uma ex-namorada sua.
O suspeito teria afirmado que
pretendia tirar dinheiro do primo, mas que o matou porque teria sido reconhecido pela vítima.
"Posso estar enganado, mas o
caso se trata de um homicídio. O
pedido de resgate pode ser apenas
um despiste", afirmou o diretor
da DAS (Divisão Anti-Sequestro),
da Polícia Civil, Wagner Giudice.
Antes de o corpo ser localizado,
a família de Thiago recebeu duas
ligações de um homem que pedia
R$ 400 mil de resgate.
Segundo a polícia, o estudante
foi visto pela última vez às 18h de
segunda-feira, quando saiu do escritório do pai a caminho da academia de musculação, onde não
chegou. Giudice disse que, por
volta da meia-noite do mesmo
dia, foram feitas as duas ligações
para o celular do pai do estudante.
Três horas depois, o Astra do rapaz foi encontrado em chamas na
rua Cipriano Barata, no Ipiranga
(zona sul de São Paulo). O estudante estava no porta-malas.
Segundo Giudice, peritos do
IML informaram que o estudante
recebeu um tiro pelas costas, que
atingiu seu ombro direito. Isso faz
os peritos acreditarem que o estudante tenha sido morto antes de
ser queimado. "Incendiar o carro
com um corpo dentro, em um local povoado pode mostrar que o
crime não foi planejado, como
ocorre em um sequestro tradicional", afirmou o delegado.
Familiares do estudante não
quiseram dar declarações. Thiago
foi enterrado à tarde. Ele cursava
o segundo ano de direito na Unip
(Universidade Paulista). Frequentava a escola pela manhã e
trabalhava com o pai à tarde.
Segundo Giudice, se confirmado o sequestro, Thiago pode ser o
primeiro refém morto em 2003
no Estado de São Paulo. No ano
passado, pelo menos três reféns
foram assassinados: o prefeito de
Santo André Celso Daniel e a dona-de-casa Rosana Melotti, em janeiro, e o comerciante Jakson
Watari Komati, em agosto.
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